Economia

LEI DOS TERCEIRIZADOS: Centrais sindicais fazem protesto em Salvador

VIDE
Thais Tosta , Salvador | 07/04/2015 às 17:19
Centrais repudiam a nova lei
Foto: BJÁ
Centrais sindicais, sindicatos filiados, estudantes e movimentos sociais promoveram na manhã de hoje (07) duas atividades de rua em Salvador. Logo nas primeiras horas da manhã, parlamentares e a população foram surpreendidos com uma ação de conscientização promovida pela CUT Bahia e demais centrais sindicais no saguão do
Aeroporto Internacional  de Salvador.

O objetivo da primeira ação do dia  foi de esclarecer e sensibilizar os parlamentares e a população de modo geral, sobre os riscos que estão correndo milhares de trabalhadores brasileiros com a possível aprovação do PL 4330 que retira direitos dos trabalhadores terceirizados, prevista para ser votada hoje (07) na Câmara dos Deputados.

De acordo com o presidente da Central Única dos Trabalhadores, Cedro Silva, o Projeto de Lei
4330/2004 que regulamenta as terceirizações precariza ainda mais o trabalho no Brasil e a população deverá estar informada sobre os riscos . “Este ato é um protesto contra o PL 4330, que desregula os direitos dos trabalhadores e vai prejudicar 13 milhões de trabalhadores que não vão ter mais trabalhos diretos. Isso significa a precarização do trabalho. Nós sabemos que os trabalhadores terceirizados recebem 25% a menos do que os diretos e trabalham 3 horas semanais a mais. Com essa PL, a gente não sabe, no momento das indenizações, quem é que vai pagar. Se o contratante ou a contratada. Vai acabar com a igualdade de direitos e condições de trabalho”, pontuou.

Sindicalistas afirmaram que permanecerão mobilizados durante todo o dia em diversas atividades desenvolvidas em todo o estado contra a votação do PL que prevê a contratação de serviços terceirizados para qualquer atividade das empresas, sem estabelecer nenhum limite ao tipo de serviço que será de terceirizado, em empresas
públicas, privadas e estatais. O alerta, segundo a vice-presidente da CUT-BA, Cristina Brito, é para que a população se conscientize de que caso  o PL seja  aprovado, os trabalhadores perderão direitos trabalhistas importantes como férias, 13º salário, descanso remunerado, horas extras e outros. 

Do alto dos prédios, trabalhadores da construção civil acompanharam atentos, acenando em sinal de aprovação à manifestação pacífica realizada pelas centrais. “Nós, trabalhadores, se não tivermos as centrais para lutarmos por nossos direitos e sairmos às ruas... não vamos conquistar nada”, disse o trabalhador da construção civil José Loureiro. 

Índios da etnia Guarani também compareceram ao evento levando cartazes e manifestaram indignação à possível aprovação do projeto.  

Após um ato realizado na porta da Federação das Indústrias da Bahia ( Fieb), foi realizada uma caminhada pelas ruas do bairro do Costa Azul com distribuição de informativos que detalha o porquê que as Centrais  Sindicais são contra aprovação do Projeto.

Participaram da atividade a Central Única dos Trabalhadores (CUT-BA),  CTB, UGT, Força Sindical, Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro), Sindicato dos Trabalhadores Químicos da Bahia (Sindiquímica), Sindicato dos Eletricitários do Estado da Bahia (Sinergia), Sindicato dos Borracheiros (Sidborracha) Sindicato dos Trabalhadores em Água e Esgoto no Estado da Bahia (Sindae),  Sindicato dos Professores das Instituições Federais de Ensino Superior da Bahia ( APUB), Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Estado da Bahia (Sindisaúde), Sindicato dos
Trabalhadores Químicos da Bahia (Sindiquímica), Sindicato dos Vigilantes do estado da Bahia (Sindvigilantes), Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil, Montagem e Manutenção Industrial de Candeias –(SITICCAN) integrantes de movimentos sociais: Consulta Popular, Movimento Sem Terra (MST) e a União Nacional dos Estudantes (UNE),  Levante Popular da Juventude e Juventude Revolução e Marcha Mundial de Mulheres, além do Movimento Social da Federação das Associações de Moradias de Salvador (FAMPS) que compareceram na  atividade.

A presidente da Associação, Simone foi levar o apoio aos trabalhadores e destacou que a luta é de todos. Na luta por mais moradias populares a presidente convidou a todos para participar
da Plenária de Moradia Popular que será realizada nos dias 14 e 15 de abril em
data e local a confirmar.