DEMISSÕES EM MASSA
Da Redação , Salvador |
25/02/2015 às 09:09
Crise chega no Estaleiro provocada pela Lava-Jato
Foto: DIV
A crise bateu forte na incipiente construção naval baiana. O Consórcio Estaleiro Paraguaçu (CEP) anuncia que encerrará as atividades nas obras do estaleiro de Maragogipe (BA), no sábado (28), segundo informações da Enseada Indústria Naval S.A. divulagadas nesta terça-feira (24).
Por conta da situação, o total de desligamentos da Enseada, entre novembro de 2014 e janeiro de 2015, foi de 1.081 funcionários. Em 11 de fevereiro de 2015, a Enseada desligou mais 350 integrantes e outros 600 serão desligados até o fim deste mês.
No dia 6 de janeiro, 500 funcionários da obra foram demitidos. Em dezembro de 2014, trabalhadores chegaram a realizar uma manifestação após o desligamento de outros 470 funcionários.
Por meio de nota, a Enseada afirma reconhecer "o período de dificuldade enfrentado pela indústria naval brasileira" e diz que quando o atual cenário for superado, as obras serão retomadas, mas não há previsão. Informa ainda que a obra de implantação do Estaleiro Paraguaçu na cidade de Maragogipe encontra-se com 82% de avanço físico e que, somente após a "crise", poderá retomar os 18% restantes da obra.
Apenas a montagem do "Goliath", um guindaste de 150 metros, o que equivale a um prédio de 50 andares, seguirá normalmente a sua montagem até a conclusão, prevista para o mês de março de 2015, pois esta obra faz parte de outro contrato da Enseada.
saiba mais
Autorização
Em outubro de 2014, o estaleiro Enseada Indústria Naval, localizado em Maragogipe, recebeu a Licença de Operação (LO) concedida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para iniciar a fabricação de navios-sonda para a Petrobras.
Além da fabricação de navios, o Enseada atua na construção de plataformas e também realiza manutenção, reparos e consertos, sobretudo nos municípios baianos de Maragogipe, Saubara, Salinas da Margarida, São Félix e Cachoeira.