Economia

GRAÇA FOSTER confirma ter colocado cargo à disposição de Dilma

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G1 , Rio | 17/12/2014 às 13:05
RIO - Pela primeira vez desde que a crise na Petrobras ganhou contornos insustentáveis no rol de denúncias da Operação Lava-Jato, a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, confirmou nesta quarta-feira, durante café da manhã com jornalistas, na sede da empresa, que colocou seu cargo à disposição da presidente Dilma Rousseff após as denúncias de corrupção na estatal e a não publicação do balanço financeiro auditado referente ao terceiro trimestre.

— O mais importante é a Petrobras. Conversamos sim (com a presidente Dilma) uma, duas, três vezes. A motivação (da entrega dos cargos) é não travar o balanço da Petrobras. Então, hoje estou aqui enquanto contar com a confiança da presidente.

Sobre a permanência da diretoria, Graça confirmou também que o assunto da demissão coletiva também foi conversado em reunião do Conselho de Administração:

— Eu não conseguiria ficar sem eles. Trabalhamos juntos e compartilhamos as dificuldades. Eles têm a liberdade para tomar essa decisão. A questão é enfrentar.

Graça também pediu que o governo se posicione em relação às empresas envolvidas na Operação Lava-Jato, como as construtoras que também são donas de estaleiros.

— Empresas com evidências em práticas de corrupção não podem ser contratadas. É preciso que o governo se organize e resolva a situação com as empresas, porque o mercado se fecha e elas não conseguem se financiar. Sem isso, vamos ter de fazer licitação internacional toda hora — disse Graça.

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EMPRESA QUER ACESSO A DEPOIMENTO DE EX-GERENTE

Graça informou que a companhia decidiu não divulgar o seu balanço na semana passada pois ainda espera ter acesso ao depoimento do ex-gerente Pedro Barusco.

— Consideramos prudente não divulgar o balanço, pois há um conjunto de informações que ainda não foram prestadas. Há uma expectativa de que o depoimento de Barusco também venha e novas informações podem vir.

A presidente informou ainda que não há a menor segurança em obter todas as informações relativas ao caso da Operação Lava-Jato por “180,365, 700 dias”.

— Não há a menor segurança de obter todas as informações em sua plenitude em 180, 365, 700 dias. Eu não sei como vai ser isso. Vamos acompanhar todos os depoimentos. Por isso, estamos trabalhando em outro procedimento de valuation para poder publicar o balanço não auditado.

INVESTIGAÇÃO DA PF ESTÁ ‘ENSINANDO’ A PETROBRAS

Segundo Graça, a Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, emitiu hoje sua primeira nota fiscal, com a venda da diesel. Ela afirma que, apesar da primeira venda comercial da unidade, alvo de investigação por suspeita de superfaturamento, ainda há muitos desafios a superar.

— Pegamos a refinaria pelo pelo e chifres para poder cumprir com o orçamento de US$ 18,5 bilhões. Temos muito desafios a superar em Abreu e Lima. A Petrobras passa por um momento único e vai ficar marcado na história da companhia. Trabalhamos muito nas outras refinarias como a Premium I e Premium II para que os erros não sejam repetidos. Ainda não há cronograma específico. Esse trabalho da Polícia Federal está ensinando muito a Petrobras — disse Graça.

— Queremos que nossa governança seja respeitada. Os 85 mil funcionários cobram de nós para que sejam respeitados.

CASO VENINA

A presidente Graça chamou email enviado pela ex-gerente Venina Velosa de "cifrado". Graça, que na época era diretora de Gás, destacou que, assim, que recebeu os emails conversou com o ex-diretor Paulo Roberto Costa. Graça disse que em 2009 os dois haviam brigado.

— Falei com o diretor Paulo Roberto que ela estava ressentida. Em 2011, foi um ano de muita briga por conta de mudanças em projetos do Comperj e Rnest — disse Graça.



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