Economia

GREVE DE FRENTISTAS de postos combustíveis atinge alguns locais da CAP

Veja movimento dos frentistas
A Tarde , Salvador | 04/08/2014 às 13:02
Para marcar o início da greve na manhã desta segunda-feira, 4, os trabalhadores dos postos de combustíveis se concentram desde as 5h no Posto Mataripe, na avenida Mário Leal Ferreira (Bonocô). A paralisação foi decidida durante assembleia na última sexta, 1º, após 90 dias de reivindicações frente ao sindicato patronal.

Segundo o secretário de imprensa do Sindicato dos Trabalhadores em Postos de Combustíveis da Bahia (Sinposba), Paulo Félix, os trabalhadores estão aderindo ao movimento aos poucos. Alguns postos da capital, de Lauro de Freitas e da BR-324 já estão com as atividades paralisadas. Já em Feira de Santana, a 110 km de Salvador, metade dos 85 postos de combustíveis está parada, segundo informações confirmadas pelo Sinposba.

"Durante este tempo que tentamos negociar e resolver a situação, o sindicato patronal criou um terror psicológico com os trabalhadores, e foi apenas para duas reuniões no Ministério Público, sem apresentar novas propostas", denuncia.

Na tarde desta segunda, às 15h, representantes da categoria participam de uma nova reunião na Procuradoria Regional do Trabalho e, posteriormente, avaliam os rumos do movimento.

As empresas oferecem para os trabalhadores um reajuste de 6,6%, com 1% de ganho real. Entretanto, a categoria pede aumento de 15%, com margem e negociação até 12%.

Além disto, as reivindicações também incluem o aumento do valor do ticket alimentação - que atualmente é de R$ 5 - para R$ 12 e da hora extra paga aos domingos, além da aquisição de uniformes e equipamentos de proteção individual e coletiva. Já a proposta do MP contempla o reajuste de 9% e o plano de saúde para a categoria.

Em entrevista ao Portal A TARDE, o presidente do Sindicombustíveis Bahia, José Augusto Costa, confirmou a proposta de reajuste, considerada "bastante razoável". Entretanto, uma nova proposta será apresentada na reunião da tarde.

"Existe sempre do nosso lado uma ideia de buscar o diálogo e entendimento. Muitos postos estão trabalhando com pouca gente e o grande prejudicado é o cidadão, que está pagando a conta de maneira cruel. Os postos também abastecem ambulâncias e viaturas da polícia", salienta.

José Augusto rebate ainda a denúncia de "terror psicológico". "Não acredito que tenha acontecido. Cabe aos empresários conversar com os trabalhadores para irem trabalhar. Mas eles (representantes do Sinposba) estava passando com motos nos postos para ameaçar e agredir os funcionários. Nunca vi uma categoria fazer isto com seu próprio trabalhador", revela.

Já o presidente do Sinposba, Antônio José dos Santos, nega que esta situação tenha acontecido e defende a luta da categoria. "A adesão ao movimento está acontecendo por livre e espontânea vontade. Ele não esperava esta adesão dos trabalhadores, que ganham um péssimo salário e não têm nada a perder. Hoje está sobrando emprego no setor de combustíveis, porque o salário é péssimo", esclarece.

Está prevista ainda uma passeata em Salvador, mas ainda não há informações se ela será realizada após a reunião no MP ou nesta terça-feira, 5.