Economia

COOPERFEIRA NOVO SABOR e o desafio de gerir os negócios, p OHARA GRECE

O desafio dessa pequena cooperativa é sobreviver com suas próprias pernas e crescer
Ohara Grece , Salvador | 08/05/2014 às 09:41
Cooperfeira Novo Sabor a nova cooperativa da Feira de São Joaquim
Foto: SECOM
   Demorou mas finalmente feirantes mulheres de São Joaquim, Salvador, com o apoio da Setre (Secretaria de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte) e da Avante - Mobilização Social, montaram a Cooperfeira Novo  Sabor constituída por 16 pessoas para produzir doces cristalizados e outros produtos da cadeia produtiva de frutas. 

   Frutas, aliás, produto que não falta na maior feira livre da capital e muitas delas são jogadas fora a medida que passam o tempo de venda, maduras demais, um desperdício daí que, ainda assim, são reaproveitadas, transformadas e depois de cozidas e/ou cristalizadas serão comercializadas.

   A Cooperfeira Novo Sabor é uma alternativa de geração de trabalho e renda dentro do guarda chuva maior que é o Projeto de Economia Solidária que, no Brasil, já organizou 33 mil empreendimentos dessa natureza, sob formas de cooperativas, associações, clubes de trocas, moedas solidárias, empresas autogestionárias ou Redes de Cooperação, segundo dados da Secretaria Nacional de Economia Solidária (SENAES).

   A SETRE é o braço na Bahia que recebe apoio da SENAES e já realizou 1.700 empreendimentos com essa filosofia cooperativista, onde o lucro não é a essência do pequeno empreendedor, mas, sua capacidade de organização, de gestão autônoma e de decisões coletivas. 

   Nas cooperativas, ao contrário do capitalismo normal, no caso o capitalismo industrial onde a base central é o lucro, a economia solidária prevalece onde cada um pensa no bem de todos e no seu próprio bem.
   
    A Bahia está bem atrás de outros estados em relação às cooperativas. São Joaquim, por exemplo, é um celeiro natural onde podem ser desenvolvidas várias cooperativas porque neste local se concentram milhares de pessoas, diariamente, e que atuam na comercialização de diferentes produtos, há uma logística intricada e complexa na distribuição e venda, e estão na feira, as cadeias de comércio, transporte, serviços, artesanato, produtos da comida típica baiana, produtos para o candomblé e assim por diante.
 
   Há espaços, portanto, para o desenvolvimento de novas cooperativas a partir do modelo implementado pela Cooperfeira Novo Sabor, com o apoio do SEBRAE, SETRE, Hoje é Dia de Feira e assim por diante. 

   O grande desafio de projetos dessa natureza, de menor porte são os integrantes que compõem essas cooperativas, associações, geralmente pessoas de baixa renda e sem conhecimento suficiente para enxergar o mercado, a sustentabilidade, o caminhar com suas próprias pernas quando os suportes estatais cumprem seus papéis e deixam que elas passem a ser geridas pelos próprios associados. 

   Daí que é fundamental uma parceria com o SEBRAE para não perder o foco e acompanhar o mercado.

   Há muitos casos em que as cooperativas não foram à frente, mas também há muitos casos de sucessos em Salvador e no interior da Bahia. Os Centros Públicos de Economia Solidária (CESOL) da SETRE têm dado uma grande contribuição nesse sentido, embora, o cerne final do projeto associado ás cooperativas é de que essas possa se autogerir.
 
   Em São Joaquim temos agora a noviça Cooperfeira Novo Sabor e temos certeza que com o manancial que dispõem no local, também um grande centro de consumo popular da cidade, tem tudo para dar certo.