Cooperativas de reciclagem apoiadas pela Setre
inauguram unidade de beneficiamento de papel
Tasso Franco , da redação em Salvador |
25/04/2014 às 23:37
Dona Aderlinda Santana
Foto: Marcelo Reis
Catadora de resíduos sólidos há mais de 10 anos, Aderlinda Santana participou da concretização do antigo sonho das cooperativas e de trabalhadores deste segmento: instalação de uma unidade de beneficiamento de papel. A inauguração do espaço aconteceu na manhã desta sexta-feira, dia 25, no bairro da Calçada, no antigo galpão da Rede Ferroviária.
Com capacidade para processar até 16 toneladas de papel por dia, a unidade vai beneficiar 110 catadores de oito cooperativas de Salvador, Região Metropolitana e do Recôncavo Baiano. “A expectativa é que a gente tenha um ganho maior e um melhor aproveitamento do material coletado”, espera Aderlinda.
A unidade de beneficiamento é fruto de uma parceria do Governo do Estado, por meio da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), com o Centro de Arte e Meio Ambiente - Cama, uma Organização Social (OS) selecionada pela Setre através do Edital 08/2012. O objetivo da Secretaria com esta iniciativa é apoiar projetos no contexto da economia solidária que visam à redução, reutilização e reciclagem de resíduos sólidos, promovendo a inclusão socioprodutiva.
No total, foram investidos R$ 1 milhão, com aluguel de espaço, aquisição de maquinários, computadores, impressoras, armários-arquivos, armários para vestiários, toldos, big bags (sacolões), balanças digitais para a unidade e também para os empreendimentos. Além da grande aquisição: a máquina que realiza o beneficiamento, triturando e prensando o papel.
Para Joílson Santana, presidente do Complexo Cooperativo de Reciclagem da Bahia, com a aquisição da máquina, o ganho dos cooperados vai dobrar. “Atualmente, vendemos, aos ‘atravessadores’, o quilo do papel a R$ 0,30. Com o beneficiamento desse papel, vamos passar a vender o quilo por R$ 0,60 diretamente à indústria”, comemora.
Ele conta que o equipamento vai resolver o grande gargalo da reciclagem, que é a logística da produção. “Com a capacidade de produção de até 16 toneladas/dia, não teremos problemas para estocar matéria, o grande desafio agora é aumentar a nossa coleta”.
Presente à inauguração, o superintendente de Economia Solidária da Setre, Milton Barbosa, destacou que, além da elevação na produção e, consequentemente, da melhoria da renda e da qualidade de vida dos cooperados, o projeto proporcionará ganho ambiental para as cidades por conta do trabalho dos catadores. “Eles recolhem das ruas o que pra muitos é lixo, auxiliando na limpeza dos grandes centros, fazendo disso um meio de geração de renda”, pontua.