Comerciantes começam a fazer a mudança desde já
Mendes Jr , salvador |
28/03/2014 às 15:14
José Jorge Sales Gomes, proprietário há 32 anos do Boxe São Jorge, foi o primeiro comerciante a receber, das mãos do secretário da Indústria, Comércio e Mineração, o chaveiro desenhado pelo artista Bel Borba com as chaves de sua nova loja no Mercado do Rio Vermelho, durante solenidade realizada ontem (28.03), pela manhã, nas instalações totalmente reconstruídas do velho Centro de Abastecimento Alimentar do Rio Vermelho, inaugurado durante o Governo Roberto Santos, em 1979. A abertura do novo mercado ao público está prevista para o dia 10 de maio, com um grande show de Armandinho, Dodô e Osmar e de vários sambistas baianos.
O ato marcou o conjunto de obras realizado pelo Governo do Estado por ocasião dos 465 anos de Salvador e também contou com as presenças dos secretários da Casa Civil, Rui Costa; do Desenvolvimento Urbano, Manuel Ribeiro Filho; da Segurança, Maurício Barbosa; do Turismo, Pedro Galvão; da Comunicação, Robinson Almeida, do senador Walter Pinheiro, dos presidentes da Ebal, Eduardo Sampaio; da Bahiagás, Davidson Magalhães; e da Conder, Ubiratan Cardoso.
“Estou muito satisfeito. O mercado é uma bênção de Deus. Tenho certeza que vamos ter mais clientes, para que a gente cresça e possa empregar mais pessoas”, disse Gomes, que comercializa hortaliças, frutas e legumes, e já emprega 10 trabalhadores. Além do proprietário do boxe São Jorge, outros 16 comerciantes receberam simbolicamente as chaves de suas novas áreas comerciais, a exemplo de João dos Santos Barbosa, da peixaria Mar Aberto; Dionísio Souza Rios, do açougue Disk-Carne; de Karina Gusmão Silva, da Agrokar e presidente da Associação dos Permissionários; e de Edson Alípio de Lima, do Restaurante do Edinho, mais antigo comerciante do Mercado, há 39 anos na Chapada do Rio Vermelho.
“Podemos dizer que não houve atraso, porque a obra estava prevista para ser entregue em 24 meses e a entregamos em 26. Agora, a responsabilidade pela abertura ao público está com os permissionários. Terão cerca de 30 dias para fazer a mudança das instalações provisórias para os novos espaços e, com isso, o mercado provisório será demolido e serão completadas as obras de circulação e paisagismo. Obtivemos também com a Coelba o prazo de um mês para fazer a conversão para o novo sistema elétrico”, explica o secretário Correia.
As instalações provisórias do Mercado, onde funcionava a Cesta do Povo, e que custaram R$ 3,5 milhões aos cofres públicos, serão demolidas. “Peço desculpas a vocês, permissionários, e aos clientes pelos transtornos e sacrifícios nos dois últimos anos. Mas tenho certeza que tomamos a decisão certa em não fechar o mercado. Evitamos um prejuízo ainda maior e arcamos com as perdas: deixamos de faturar com o fechamento da nossa loja da Cesta do Povo, desde novembro de 2011, cerca de R$ 26 milhões”, disse Correia.
O Governo da Bahia também obteve uma patrocínio do Grupo Petrópolis, fabricante da cerveja Itaipava, que cobriu os custos de instalação para o novo mercado, anteriormente previstos para recair sobre os comerciantes. Todos os equipamentos coletivos – sistema de vídeo-vigilância, lixeiras, móveis e decoração – serão de responsabilidade da cervejaria.
“Agora vamos tentar fazer a mesma requalificação no Mercado de Sete Portas e na antiga Estação Rodoviária, nos Dois Leões. Para tanto, estou incluindo duas emendas no Orçamento Federal de 2015”, anunciou o senador Walter Pinheiro, responsável pela emenda parlamentar que permitiu a reconstrução do Mercado do Rio Vermelho, obra que representou investimentos de R$ 28 milhões do Governo da Bahia e da Caixa Econômica Federal.
MAIOR E MELHOR
Com projeto dos arquitetos baianos André Sá e Francisco Mota, o novo Mercado do Rio Vermelho, cresceu e ficou muito mais confortável. A área comercial construída cresceu 88%, dos atuais 4. 637 m2 para 8.725 m2, enquanto os espaços comerciais subiram de 100 para 139. As vagas de estacionamento aumentaram 140%, de 100 para 240, sendo 179 cobertas. O elevado pé-direito melhorou a ventilação e a iluminação naturais, enquanto as alamedas alargadas e a reorganização do mix de vendas vai tornar muito mais confortável o acesso e a circulação dos consumidores.
“O projeto transforma o centro de abastecimento em um centro de compras e lazer. Amplia a capacidade de comercialização de produtos e expande toda a área de gastronomia. Bares e restaurantes agora estão reunidos em uma praça de alimentação, com diversas opções para baianos e turistas, com acesso independente e horário de funcionamento diferenciado”, explica Eduardo Sampaio, presidente da Ebal, anunciando que a administração do Mercado será de responsabilidade da empresa privada Enashopp.
HISTÓRICO
Em 1979, durante o Governo Roberto Santos, foi inaugurado o Centro de Abastecimento Alimentar do Rio Vermelho, com investimentos, à época, de 10 milhões de cruzeiros. As cobertura eram em fibra de vidro, mas os permissionários continuavam sujeitos às intempéries. No dia 25 de fevereiro de 1986, com instalações totalmente novas, o governador João Durval Carneiro inaugura o Centro de Abastecimento do Rio Vermelho, cuja estrutura praticamente foi mantida até a sua demolição, em 2012.
Em 2004, durante o Governo Paulo Souto, a Central de Abastecimento passou por uma grande reforma, onde foram reparados os sistemas elétrico hidráulico e todas as áreas de circulação mercado. No início da década de 2010, o Ministério Público e a Vigilância Sanitária apontam problemas graves de higiene na Central de Abastecimento, a Ceasinha. Em 2012, já no Governo Jaques Wagner, são demolidas as velhas estruturas e começa reconstrução do local.