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Correio , Salvador |
24/03/2014 às 10:04
Trabalhadores em greve
Foto: Correio
Os trabalhadores da construção civil pararam as atividades por tempo indeterminado nesta segunda-feira (24), após decisão conjunta na última sexta-feira (21) durante uma assembleia no Largo de São Bento. Os trabalhadores reivindicam agora por 10% de reajuste salarial, aumento de R$ 40 na cesta básica e correção do piso salarial do cadastrista.
De acordo com José Ribeiro, presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção e da Madeira no Estado da Bahia (Sintracom– BA), cerca de cinco mil trabalhadores de construção predial e concessionárias que prestam serviço para a Embasa estão parados.
Os trabalhadores se reunirão novamente hoje, às 14h no Largo de São Bento, para discutir as reivindicações e avaliar a greve. Segundo o sindicato, as empresas oferecem 5,56% e propõem a retirada do aviso prévio indenizado.
Parou o trânsito
Com gritos de protesto, cerca de 4 mil operários da construção civil bloquearam os dois sentidos da Avenida Pinto de Aguiar por mais de duas horas na semana passada. A manifestação, comandada pelo Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção e da Madeira no Estado da Bahia (Sintracon), tinha o objetivo de reivindicar reajuste salarial de 14%, cesta básica e contrato de experiência de 30 dias para a categoria.
O protesto causou um grande transtorno para os motoristas que tentavam passar pela via, que dá acesso a muitas residências e instituições de ensino. A Pinto de Aguiar ficou instrasitável das 8h até depois das 10h.
Segundo o vice-presidente do Sintracom, José Ribeiro, o impasse começou porque os empresários ofereciam apenas 3% de reajuste e não haviam avançado nos outros pontos. “Os empresários estão retirando direitos históricos conquistados pela classe. Já dialogamos muito, mas sem avanço. Nosso limite é o dia 24 de março. Após essa data, estamos discutindo uma greve”, afirmou José.
Apesar da sinalização de greve, o presidente do Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia (Sinduscon), Carlos Henrique Passos, diz estranhar a situação. Ele afirma que as reuniões com os trabalhadores são realizadas desde dezembro, mas as negociações não avançam porque, diz Passos, os operários pedem um reajuste incompatível com a situação do mercado imobiliário baiano.
“Inicialmente, o Sintracom nos propôs o aumento de 20%, agora diminuíram para 14%, mas não temos condição. Hoje, o mercado enfrenta uma forte insegurança jurídica. Estamos impedidos até de lançar novos empreendimentos”, disse Passos, citando a derrubada na Justiça da Lei do Uso do Solo e do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano.