Economia

Exportações baianas têm pior resultado desde 2009. Importação aumenta

Importações do Estado, por sua vez, atingiram valor recorde
Coreocn , Salvador | 04/02/2014 às 11:35
No balanço de 2013, um ano considerado extremamente difícil, as exportações baianas alcançaram US$ 10,09 bilhões, com queda de 10,4% frente ao ano anterior. Este foi o pior resultado desde 2009, quando, no auge da crise financeira internacional, as vendas externas do estado recuaram 19,4%.  Já as importações totalizaram US$ 8,89 bilhões e atingiram o valor recorde da série histórica, iniciada em 1993.

 

O incremento em relação a 2012 chegou a 14,5% e foi fortemente influenciado pelo aumento de 36% nas compras de bens de capital e insumos industriais. A balança comercial do estado, ainda assim, encerrou o ano positiva em US$ 1,2 bilhão, porém com resultado 65,7% inferior ao registrado no ano anterior.

De acordo com o Economista Gustavo Pessoti, presidente do Conselho Regional de Economia da Bahia (CORECON-BA) e Diretor de Indicadores e Estatísticas da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), o desempenho das exportações no ano passado refletiu uma situação de crise nas principais economias do mundo, que afetou o volume de venda de diversos produtos baianos, com a redução de 14,2% no quantum exportado. “Contribuíram ainda para o desempenho negativo a queda na produção doméstica de combustíveis, ocasionada pela parada para manutenção de algumas plantas – o que diminuiu as exportações do segmento em 29% –, e a redução nas vendas de produtos do agronegócio em 16%, resultado da queda de 6% na produção agrícola do estado – afetada pela seca, pragas e retração nas cotações externas”, destacou.

O destaque no ano ficou com as vendas externas do setor automotivo, que cresceram 72,3%, estimuladas pelo aumento da demanda dos argentinos, que passaram a investir na aquisição de veículos. Também se destacou o setor metalúrgico, com aumento de 60%, a partir dos investimentos realizados pela Paranapanema na planta de Dias D’Ávila.

Como resultado do fraco desempenho da economia internacional, os principais mercados de destino para os produtos baianos permaneceram em 2013 com desempenho negativo, a exemplo da União Europeia (-13,2%), EUA (-20,8%) e América Latina (-6,3%). A exceção foi a China, que acusou crescimento de 21,2%, e o Mercosul, com incremento de 24,5%, puxado pelo aumento das vendas do setor automotivo.


Mesmo com a redução no ano passado, as exportações baianas continuaram a liderar as vendas externas no âmbito do Nordeste, com 58,4% de participação. Já em relação ao Brasil, o estado manteve a nona posição, perdendo, contudo, em participação, que caiu de 4,6% para 4,2% do total exportado pelo país no ano passado.

Importações

Gustavo Pessoti destaca que mesmo com a alteração da paridade cambial, o crescimento da economia baiana e da indústria, com a maturação de novos investimentos, resultou em um aumento expressivo das importações do estado, sobretudo de bens de capital e de intermediários. No contexto de crescimento da atividade industrial e com a maturação de novos investimentos, a maior parte do incremento das importações esteve vinculada a compras de máquinas e equipamentos, matérias-primas e combustíveis. “As importações de bens de capital, que indicam investimentos na modernização e ampliação da produção, cresceram 36%”, apontou o Economista.


Como normalmente acontece num processo de reorganização e crescimento industrial, como o que o estado vem atravessando, aliado a um gradativo aumento da renda doméstica, é natural que as importações cresçam acima da média, reflexo do aumento da atividade produtiva, conjugado com maior nível de competitividade interna via aumento do investimento e da produtividade.

“A recuperação das vendas externas em 2014 vai depender da retomada do crescimento econômico global e do nível de competitividade do Brasil. A expectativa, porém, é positiva, já com a alta verificada no câmbio, complementada pela recuperação parcial das economias centrais, a elevação na produção de petróleo e a melhora na produção agrícola”, acredita o presidente do CORECON-BA.