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FSP , SP |
24/12/2013 às 19:45
As novas alíquotas de IPI para os veículos, anunciadas nesta terça-feira (24), ficaram acima do previsto inicialmente pela Anfavea (associação das montadoras). Para a entidade, o reajuste deve afetar o volume de vendas.
"O importante é lembrar que o 1 ponto percentual adicional nos carros populares representa o acumulado de dois meses de inflação e certamente com impacto no volume de vendas", afirma, em nota, o presidente da Anfavea, Luiz Moan.
A partir de janeiro o IPI dos carros populares (motor 1.0) passará de 2% para 3%. No meio do próximo ano, a alíquota volta ao patamar original de 7%.
Para os carros 1.0 a 2.0 com tecnologia flex (álcool ou gasolina), o IPI vai subir de 7% para 9%. A partir de julho de 2014, a alíquota deve voltar para a taxa original, de 11%.
Segundo cálculos da Anfavea, o aumento de 1 ponto percentual de IPI tem um impacto de 1,1% no preço do automóvel. Um carro de R$ 30.000, por exemplo, ficaria R$ 330 mais caro a partir de janeiro.
Em apresentação das novas alíquotas, o secretário-executivo interino do Ministério da Fazenda, Dyogo Henrique de Oliveira, afirmou que não haveria impacto nos preços devido a um acordo entre o governo e as montadoras.
A Anfavea não confirma tal acordo. Em nota, a associação diz que "ainda não é possível fazer prognósticos detalhados dos impactos no mercado".
MERCADO
O imposto havia sido reduzido a zero para os carros populares em abril do ano passado. Neste ano, foi gradualmente recomposto até os 2%. O cronograma original previa o retorno para a alíquota antiga, de 7% em 2014.
O governo já havia sinalizado que adotaria a recomposição seria apenas parcial em janeiro. O temor é que uma elevação nos preços, com as novas alíquotas, poderia acentuar a tendência de desaceleração nas vendas.
Neste ano, o setor caminha para fechar o ano com a primeira queda nas vendas desde 2003. O volume acumulado até novembro é 0,8% inferior ao registrado em 2012.
Pesa ainda sobre o setor em 2014 a obrigatoriedade de itens de segurança em todos os modelos. A inclusão compulsória de airbag e freios ABS deve elevar em até R$ 1.500 o preço dos carros. O governo cogitou adiar a medida, mas voltou atrás diante da repercussão negativa.