A ação foi realizada simultaneamente em cinco estados e cumpriu seis mandados de prisão e 10 de busca e apreensão.
Sefaz , Salvador |
21/11/2013 às 18:18
Top Altp fica em Salvador, na Mara Escura e negociava com carne
Foto: SSP
Seis mandados de prisão e dez de busca e apreensão foram cumpridos nesta quinta-feira (21) na Operação Minotauro de combate à sonegação fiscal. A ação, realizada pela Força-tarefa formada pelas Secretarias da Fazenda (Sefaz-Ba), de Segurança Pública (SSP) - por meio da Delegacia de Crimes Econômicos e Contra a Administração Pública (Dececap) -, e Ministério Público Estadual (MPE), aconteceu simultaneamente na Bahia e em mais quatro estados: Rio de Janeiro, Pará, Minas Gerais e Sergipe. O objetivo foi desarticular grupo, liderado por empresário do Pará, cujas ações geraram prejuízos para os cofres públicos estimados em R$ 20 milhões.
Das seis prisões, duas foram feitas na Bahia, duas no Pará, uma em Sergipe e uma no Rio de Janeiro. Nos alvos foram apreendidos também computadores e documentos sonegados à fiscalização. De acordo com a inspetora de Investigação e Pesquisa da Sefaz, Sheilla Meirelles, as investigações da Fazenda Estadual começaram há dois anos e o grupo atuava no comércio atacadista de carnes e derivados e produtos alimentícios. “Algumas das práticas criminosas identificadas foram as de constituição de empresas em nome de "laranjas" e "testas-de-ferro", abertura e fechamento dessas mesmas empresas quando elas se tornavam inaptas pela Sefaz-Ba, após a lavratura dos autos de infração, e omissão de saídas de mercadorias tributadas, decorrente da falta de registro ou registro a menor”, explicou.
Na Bahia, o abate da carne, quando comercializado no próprio estado, é isento do pagamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). No caso das empresas do grupo, a carne vinha de outros estados mas sem o pagamento do imposto, prejudicando inclusive os comerciantes locais e sem a fiscalização devida por parte dos órgãos de vigilância sanitária.
Segundo a promotora do Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal e aos Crimes Contra a Ordem Tributária, Econômica, as Relações de Consumo, a Economia Popular e Conexos (Gaesf) do MP, Vanezza Rossi, “o valor estimado da sonegação é de R$ 20 milhões e atualmente, o valor do crédito reclamado em nome das empresas, ou seja, com autos de infração já lavrados, é da ordem de R$ 6,2 milhões”. Ainda de acordo com a promotora do Ministério Público, o grupo já havia sido alvo, há cerca de um mês, de uma outra operação, a “Berrante”, da Polícia Federal, no estado do Pará e “também são suspeitos de sonegar tributos federais”.
A delegada-titular da Dececap, Débora Freitas, explicou que a investigação foi realizada na Bahia, mas a execução da operação contou com o apoio das Secretarias de Segurança Pública dos estados envolvidos, como o Rio de Janeiro. “O trabalho integrado entre as instituições, como ocorre com a Força-tarefa, é fundamental para que possamos continuar as ações de combate à sonegação fiscal e consequentemente recuperar os créditos tributários”, destacou.
Participaram da Operação Minotauro 86 servidores estaduais, dos quais 24 da Secretaria da Fazenda e 40 da Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia, 19 da SSP do Rio de Janeiro, além de três promotores de Justiça do Ministério Público da Bahia.
LARANJAL
Seis envolvidos em um esquema de sonegação de, pelo menos, R$ 6,5 milhões em impostos na Bahia foram presos, nesta quinta-feira (21), durante operação coordenada pela Força Tarefa de Combate à Sonegação Fiscal, integrada pela Secretaria da Segurança Pública (SSP), por meio da Delegacia de Crimes Econômicos e Contra a Administração Pública (Dececap), Secretaria da Fazenda (Sefaz) e Ministério Público (MP). Policiais cumpriram mandados de prisão e de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pará, Sergipe e Bahia.
O empresário do ramo alimentício Edson Fonseca Júnior e o contador Daniel Pinheiro de Queirós Filho foram presos em Salvador. Donos de uma importadora de alimentos, sediada em Belém, no Pará, os irmãos Gerson e João Franco Bueno tiveram os mandados cumpridos pela Polícia Federal, naquela cidade. Isaías Vanderley do Amaral e Antônio Edvaldo Silva de Araújo foram presos em Aracaju e no Rio de Janeiro, respectivamente. Este último teve o mandado cumprido por uma equipe da Dececap que se dirigiu até a capital sergipana.
O resultado da operação foi apresentado à imprensa, na manhã desta quinta-feira (21), na sede da Dececap, em Piatã. A diretora do Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP), delegada Emília Blanco, a titular da Dececap, delegada Débora Freitas, os promotores Vanezza Rossi e Pedro Maia e a inspetora de investigação e pesquisa da Sefaz, Sheilla Meirelles, detalharam a investigação que desarticulou o esquema.
LARANJAS
Edson, proprietário do armazém Top Alto, localizado no bairro Granjas Rurais, próximo à Mata Escura, foi capturado a bordo de um veículo Fiesta, de cor preta, na Avenida Paralela, quando se dirigia ao trabalho. Daniel foi preso em sua residência, no bairro do Imbuí. A equipe da Dececap que esteve em Aracaju, conduziu Antônio para interrogatório naquela unidade policial. Estes três sonegadores ficarão custodidos no Complexo Policial dos Barris, enquanto Isaías, Gerson e João vão permanecer presos em seus respectivos estados.
Segundo a delegada Débora Freitas o grupo recrutava pessoas em Salvador, Lauro de Freiras e Simões Filho, para servirem de “laranjas” na abertura de empresas, que revendiam carne bovina e derivados a estabelecimentos comerciais nas três cidades. Depois de acumularem dívidas milionárias em impostos, as empresas eram fechadas. Computadores, notebooks, pendrives e documentos ficais foram apreendidos e serão analisados pela Polícia Civil, Sefaz e MP.