Economia

OPERAÇÃO MINOTAURO: Empresário e contador são presos na Bahia

Eles estão detidos na sede da Delegacia de Crimes Econômicos e Contra a Administração Pública (Dececap), em Piatã
A Tarde e MP , da redação em Salvador | 21/11/2013 às 10:05
Material apreendido em Lauro de Freitas
Foto: A tarde
Um empresário e um contador foram presos na manhã desta quinta-feira, 21, na Bahia durante a operação conjunta "Minotauro". Outras cinco pessoas foram detidas no Pará, Sergipe, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Eles são acusados de participar de uma organização criminosa que sonega impostos e é responsável por lavagem de dinheiro.
O empresário Edson Fonseca Júnior foi detido em Vilas do Atlântico, em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador, e o contador Daniel Pinheiro de Queiroz Filho foi preso no bairro do Imbuí, na capital baiana.

Eles estão detidos na sede da Delegacia de Crimes Econômicos e Contra a Administração Pública (Dececap), em Piatã, para onde também será levado Antônio Edvaldo Silva de Araújo, que foi preso em Sergipe. O empresário Isaías Vanderley do Amaral, que foi detido no Rio de Janeiro, também foi levado para a unidade, onde presta depoimento.

De acordo com a titular da unidade, a delegada Débora Freitas, a polícia acredita que Edson e Daniel eram "laranjas" do grupo criminoso. "Nestes esquemas, têm os sócios ocultos que se escondem. Eles são os testas de ferro. Acreditamos que os verdadeiros sócios estão no Rio de Janeiro e Pará", explica.


DEZESSEIS MANDADOS

Dezesseis mandados de prisão e 10 de busca e apreensão estão sendo cumpridos pela “Operação Minotauro”, desencadeada desde a madrugada de hoje, dia 21, nos estados da Bahia, Sergipe, Rio de Janeiro, Pará e Minas Gerais. A operação foi deflagrada pela força-tarefa formada pelo Ministério Público estadual, Secretarias da Segurança Pública (SSP) e da Fazenda do Estado da Bahia (Sefaz), Secretarias de Segurança Pública dos Estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais e Polícia Federal do Pará. O objetivo é apreender documentos sonegados à fiscalização por empresas que atuam no comércio atacadista de carnes e derivados de produtos alimentícios. Segundo as investigações, os prejuízos causados pela organização criminosa estão projetados em um montante de R$ 20 milhões.

Na Bahia, os mandados estão sendo cumpridos nos municípios de Salvador, Lauro de Freitas e Simões Filho. De acordo com as investigações, diversas práticas criminosas estavam sendo implementadas pela organização criminosa, como constituição de empresas em nome de “laranjas” e “testas-de-ferro”; aberturas e fechamentos de empresas com pessoas interpostas, que se tornaram inaptas após a lavratura de autos de infração pela Sefaz; utilização de esquema de constituição e desativação de empresas adotando a prática da sucessão empresarial; aquisição e venda de mercadorias através de empresas constituídas em nome de terceiros para operar o esquema de sonegação; omissão de saída de mercadorias tributadas decorrente da falta de registro ou registro inferior na escritura contábil.

O MP baiano está atuando por meio da Promotoria Regional Especializada no Combate à Sonegação Fiscal, de Camaçari, e do Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal e aos Crimes Contra a Ordem Tributária, Econômica, as Relações de Consumo, a Economia Popular e Conexos (Gaesf), que contaram com o apoio do Núcleo de Inteligência Criminal (NIC) durante as investigações. A Promotoria Regional de Camaçari contou ainda com a participação da Coordenadoria de Combate à Sonegação Fiscal do MP do Rio de Janeiro (Coesf), que, através da equipe de inteligência da Coordenadoria de Segurança e Inteligência, realizou investigações e levantamentos que viabilizaram o cumprimento das ações no estado carioca. A SSP da Bahia está agindo por meio da Delegacia de Crimes Econômicos e Contra a Administração Pública (Dececap).