Salvador sediará evento que discute a situação da raelidade em acidentes de trabalho no Norte e Nordeste do país
Raquel Guimarães , Salvador |
08/10/2013 às 09:52
A capital da Bahia sediará de quarta-feira 9 a sexta 11 de outubro, a 12a Prevenor Feira Norte-Nordeste de Saúde, Segurança no Trabalho e Emergência.
Com foco nos estados das regiões Norte e Nordeste do país, a feira apresenta as novidades em produtos e soluções para saúde e segurança no trabalho e para emergência, além de oferecer oportunidades de qualificação e atualização para profissionais que atuam nas duas regiões.
Brasil gasta o equivalente a 4% do PIB nacional
para tratar vítimas de acidentes de trabalho
O Brasil gasta anualmente em torno de R$ 170 bilhões com acidentes de trabalho, o que corresponde a 4% do PIB nacional, segundo projeção da OIT. Estes custos estão distribuídos entre atendimentos, medicações, internações e pagamento de assistência previdenciária por afastamentos do trabalho.
Isto que o país viveu nos últimos 42 anos uma melhoria real nas condições de trabalho. Enquanto o número de trabalhadores saltou de 7 milhões em 1970 para 46 milhões em 2011, o número de acidentes diminuiu de 1,220 milhão em 1970 para 711.164 em 2011.
Em 1970 quase 17% dos trabalhadores registrados foram vitimas de acidentes de trabalho. Em 2011, o número representa 1,5% dos trabalhadores formais.
Ainda assim, o relatório anual do Ministério da Previdência Social aponta elevação de 0,2% no percentual de acidentes de trabalho no Brasil. Em 2011 foram notificados 711.164 acidentes laborais, enquanto que em 2010 foram 709.474 registros no ambiente de trabalho.
Os acidentes de trabalho fatais também registraram incremento, de 4,7%. Em 2011 um total de 2.884 trabalhadores perderam suas vidas durante o exercício de suas atividades profissionais, enquanto que em 2010 foram registrados 2.753 mortes no trabalho. Os acidentes de trajeto foram responsáveis por grande parte deste crescimento da acidentalidade no trabalho, tendo respondido por 14% dos acidentes notificados.
A realidade de acidentes de trabalho e perdas de vidas vem mudando de forma positiva ao longo das últimas décadas, mas pode ser muito melhorado. De acordo com profissionais que atuam na prevenção, as empresas brasileiras ainda precisam ser sensibilizadas para o fato de que a cada R$ 1,00 gastos em investimentos com medidas e equipamentos de proteção, a empresa economiza R$ 4,00 em atendimento e indenização de vítimas de acidentes de trabalho.
A construção civil computou 59.808 acidentes de trabalho em 2011, apresentando o aumento mais significativo de registros de acidentalidade. Houve um crescimento de 6,9% nas ocorrências registradas na área, visto que no ano anterior o setor gerou 55.920 acidentes. Apenas a construção de edifícios, classe que integra a seção construção, respondeu por 36,3% das ocorrências foram foram registrados 21.700 acidentes no exercício desta atividade em 2011.
O número de registros de doenças do trabalho também apresentou significativa redução de 2010 para 2011. O percentual de adoecimento ocupacional diminuiu 12,1% entre os dois últimos anos, passando de 17.177 para 15.083. Já as ocorrências típicas tiveram uma elevação de 1,4% (de 417.295 registros em 2010, passou para 423.167 no último ano).
Os trabalhadores entre 25 e 29 anos foram os que mais se acidentaram em 2011, Já o grupo de trabalhadores que engloba a faixa etária entre 30 e 34 anos teve um acréscimo de 1,8% no percentual de acidentalidade.
ATIVIDADES
O setor de serviços, com 341 mil notificações de acidentes de trabalho, e a Indústria, com 313.131 ocorrências, lideram o ranking dos setores que mais apresentaram acidentes de trabalho. As três atividades que registraram o maior número de acidentes integram o segmento de serviços (atendimento hospitalar, administração pública e o comércio varejista de mercadorias em geral) que, juntas, representaram 13,5% da acidentalidade registrada no país.
A construção apresentou o aumento mais significativo de registros de acidentalidade, em comparação aos dados de 2010. Houve um crescimento de 6,9% nas ocorrências registradas na área. Somente a construção de edifícios, classe que integra a seção construção, respondeu por 36,3% das ocorrências em 2011.