Economia

Greve nos campos terrestres de petróleo entra no seu 3º dia

Greve nos campos terrestres de petróleo entra no seu 3º dia; prejuízo da Petrobras é de quase 60 mil dólares diário
Sobral Lima , Salvador | 06/10/2013 às 17:43
Paralisação por falta de segurança nos campos terrestres de petróleo na Bahia
Foto: Sindipetro
A greve por tempo indeterminado por mais segurança nas unidades da Petrobrás segue forte  nas estações de petróleo de Socorro, Marapé, Dom João, Parque São Paulo, Pedra Branca, Pitinga e Palmeiras, com os campos parados e a suspensão da produção de petróleo. O movimento paredista foi ampliado no final de semana para o campo de Taquipe,  com a paralisação do carregamento de carretas na estação Massapé e o controle da entrada e saída desta base.

Nenhuma carreta entra e nem sai destas estações e assim o petróleo não é transportado para a Refinaria Landulpho Alves. Os tanques das estações Socorro, Marapé e Dom João estão cheios e não recebem petróleo dos poços de produção terrestres dos campos de Candeias, São Francisco do Conde e Madre de Deus. Os trabalhadores conseguiram, assim, paralisar a produção, estocagem e transporte do produto.

Estimativa feita por profissionais que trabalham nas áreas indicam uma produção total dos poços em 690 metros cúbicos – Socorro, 220, Marapé, 240 e Dom João 230 – e com a produção suspensa por não haver como armazenar o petróleo produzido, a Petrobrás acumula prejuízo diário em torno de 60 mil dólares, com base na cotação atual do barril de petróleo no mercado mundial.   

A produção diária que chega às estações Palmeiras, 98 m3 e Pedra Branca, 55 m3, ainda continuará sendo armazenada vários dias devido à grande capacidade de tancagem dessas estações.  Na Planta de Gasolina de Candeias, a UPGN Sul, onde se encontra, também, a Estação Vandemir Ferreira - EVF, que recebe todo o gás natural do campo de Manati, a Petrobrás tem evitado o piquete utilizando helicópteros para transportar técnicos-fura-greve - e levar “quentinhas”.     

Segundo o coordenador geral do Sindipetro Bahia, Paulo César Martin, a iniciativa da empresa de usar helicóptero é temerária e oferece riscos, além da demonstração equivocada de lidar com a reivindicação dos trabalhadores, que estão cobrando, tão somente, que a gerência da UO-BA garanta a segurança nos locais de trabalho.

De acordo com Paulo Cesar, “a gerência geral da Petrobrás na UO-BA, prefere gastar R$ 5.000,00, em cada viagem de helicóptero, para transportar quentinhas, do que investir, esse dinheiro, para melhorar a segurança nas estações e evitar novos assaltos. Como a Petrobrás esta fazendo duas viagem por dia. São R$ 10.000,00 gastos ”

Ainda, segundo Paulo Cesar, “essa é a lógica do capital que, para tentar derrotar a greve dos trabalhadores, não mede esforços, mesmo que, para isso, tenha que gastar muito mais do que gastaria, caso fosse atender as nossas reivindicações“.

A greve foi iniciada na quinta (3), com o corte na troca do pessoal de turno - operadores e vigilantes da Petrobras e de empresas terceirizadas - às 20h, enquanto a suspensão do carregamento e transporte de petróleo por carreta nas estações de Socorro, Marapé e Dom Joao teve início às 21h e a paralisação da produção às 23h. Na estação Massapé a paralisação do transporte do petróleo para a RLAM começou hoje, as 7 horas.

Produção diária

A estação de Socorro produz 220 m3; a de Marapé, 240 m3; Dom João, 230 m3; Palmeiras, 98 m3; Pedra Branca, 55 m3 e Pitinga, que somente produz gás que vem dos poços, associado ao petróleo e é comprimido e reinjetado, com maior pressão nos mesmos poços para manter ou melhorar a produção.  A estação do Parque São Paulo recebe a produção de outras estações, trata o petróleo e o envia para a Rlam. Em Massapé a produção diária é de 160 m3. 

Os campos ficam nos municípios de Candeias, São Francisco do Conde, Madre de Deus e São Sebastião do Passé, nas áreas da Unidade Operacional (UO-BA) da Petrobras na Bahia.

A direção do Sindipetro Bahia e os operadores das cinco  turmas das estações decidiram pela paralisação em razão da insegurança nos locais de trabalho, onde ocorrem assaltos e roubos todos os dias, e pela omissão da gerência da UO-BA (Unidade Operacional), que advertida várias vezes jamais adotou qualquer providência.

Semana passada, bandidos invadiram e saquearam trabalhadores nas estações de Socorro e São Paulinho, baleando um supervisor da empresa MAP e ameaçando matar operadores e vigilantes. Os bandidos assaltam para roubar armas, munições e coletes, além de levar tudo que podem dos trabalhadores.