Petroleiros mantém greve nos campos terrestres;
Petrobrás usa helicópteros para levar quentinhas
Sobral Lima , Salvador |
05/10/2013 às 10:25
Por falta de segurança nos campos terrestres da Bahia petroleiros fazem paralisação
Foto: Sindipetro
Diretores do Sindipetro Bahia, militantes, operadores e vigilantes que deflagraram greve por tempo indeterminado desde a última quinta (310), nas estações de petróleo de Socorro, Marapé, Don Joao, Parque São Paulo, Pedra Branca, Pitinga e Palmeiras, passaram a enfrentar na sexta (4), os helicópteros usados pelo Petrobrás para transportar técnicos - fura-greve - e levar quentinhas. Neste sábado, a greve completa 36 horas.
Estão paralisadas as estações localizadas nos municípios de Candeias, São Sebastião do Passé, São Francisco do Conde e Madre de Deus. Na base da UPGN sul, onde tem petróleo e planta de gás abastecida pelo oleoduto de Manati, o piquete foi feito durante a madrugada e prossegue durante o dia de hoje.
Segundo o coordenador geral do Sindipetro Bahia, Paulo César, a iniciativa da empresa de usar helicóptero é temerária e oferece riscos, além da demonstração equivocada de lidar com a reivindicação dos trabalhadores, que estão a cobrar tão somente que a gerência da UO-BA garanta a segurança nos locais de trabalho.
A greve foi iniciada na quinta (3), com o corte na troca do pessoal de turno - operadores e vigilantes da Petrobras e de empresas terceirizadas - às 20h, enquanto a suspensão do carregamento e transporte de petróleo por carreta nas estações de Socorro, Marapé e Don Joao teve início às 21h e a paralisação da produção às 23h.
Produção diária
A estação de Socorro produz 191 m3; a de Marapé, 190 m3; Don Joao, 144 m3; Palmeiras, 98 m3; Pedra Branca, 55 m3 e Pitinga, que produz gás que chega dos poços, associado ao petróleo e é reinjetado, com maior pressão, nos poços, para manter ou melhorar a produção. A estação do Parque São Paulo recebe a produção de outras estações, trata o petróleo e o envia para a Rlam.
Os campos ficam nos municípios de Candeias, São Sebastião do Passé e São Francisco do Conde, áreas da Unidade Operacional (UO-BA) da Petrobras na Bahia.
A direção do Sindipetro e os cerca de 100 operadores das 5 turmas das estações decidiram pela paralisação em razão da insegurança nos locais de trabalho, onde ocorrem assaltos e roubos todos os dias, e pela omissão da gerência da UO-BA, que advertida várias vezes jamais adotou qualquer providência.
Semana passada, bandidos invadiram e saquearam trabalhadores nas estações de Socorro e São Paulinho, baleando um supervisor da empresa MAP e ameaçando matar operadores e vigilantes.
Os bandidos assaltam para roubar armas, munições e coletes, além de levar tudo que podem dos trabalhadores.