EXCESSO DE POLITIZAÇÃO E TENTATIVAS DE APARELHAMENTO DA MÁQUINA FAZENDÁRIA FORAM AS PRINCIPAIS CAUSAS DA CRISE, AFIRMA FURQUIM
Tasso Franco , da redação em Salvador |
19/08/2013 às 19:23
Sérgio Furquim defende menos aparelhamento politico e mais técnicos eficientes na SEFAZ
Foto: BJA
Segundo a direção do IAF, causou estranheza aos meios técnico e político, a nota publicada por um dos sindicatos que operam na Secretaria da Fazenda defendendo que a administração tributária estadual deveria refletir a "voz das urnas", em clara defesa ao aparelhamento da máquina fazendária e formação de uma equipe de gestores baseada unicamente no "viés ideológico" em detrimento de quaisquer requisitos técnicos.
Citando a indicação do ex-secretário Luiz Petitinga como um equívoco, já que este defendia a "eficiência técnica" como critério para indicação de gestores, concluiu que este sucumbiu por ter delegado funções de comando indelegáveis, o que o teria feito perder o controle da máquina fazendária.
"O discurso, considerado retrogrado e totalmente na contramão dos atuais conceitos de administração pública", dito pelo vice-presidente do Instituto dos Auditores Fiscais do Estado da Bahia (IAF), Sérgio Furquim, cuja entidade defende a autonomia da administração tributária e a profissionalização do setor público, com gestores treinados e nomeados com base em critérios meritocráticos.
"Não tenho dúvidas que o excesso de politização e as tentativas de aparelhamento da Sefaz, com dirigentes não preparados foram as principais causas da crise econômica que hoje sofre o governo do Estado", disse Furquim.
Até 2011 a arrecadação do Estado da Bahia sofreu um sério abalo com a falta de investimentos e uma gestão tributária atabalhoada, conduzida por gestores sem preparo técnico necessário e inexperientes para a missão que lhes foram confiadas pelo governador. Como resultado, a Bahia caiu para os últimos lugares no quesito "crescimento de arrecadação", fazendo que o fluxo financeiro do estado fosse prejudicado de maneira significativa.
“Todos sabem que hoje há um significativo déficit nas contas do estado e que se o governador insistir na indicação de gestores com base em critérios políticos, incorrerá no mesmo erro, colocando em risco não só a saúde financeira do estado, mas todo o seu futuro político”, afirma Sérgio Furquim.
Para o Auditor Fiscal, a indicação de Petitinga foi um grande avanço para o governo Wagner, revelando uma vontade, até então inédita, de querer acertar na Secretaria da Fazenda. Segundo ele, o retorno do crescimento da arrecadação na administração de Luiz Petitinga, com a Bahia ficando acima dos principais Estados, é o principal indicativo de que alguma coisa estava errada com seu antecessor.
“A nova mudança, ocorrida com a nomeação de Manoel Vitório, não deve alterar muito os rumos que vem sendo tomados até então na Sefaz. A motivação para a substituição do titular da pasta fazendária tem mais a ver com os bastidores políticos do que com questões de gestão”, diz o diretor do IAF.