Economia

Benzeno: bancada patronal, Petrobrás à frente, trata saúde com descaso

benzeno: bancada patronal, Petrobrás à frente, trata saúde das pessoas com descaso
Sobral Lima , da redação em Salvador | 17/08/2013 às 19:35

O que deveria ser fato corriqueiro e civilizado, reuniões de lideranças dos trabalhadores com bancadas patronal e do governo sobre as questões relacionadas ao agente tóxico benzeno na indústria do petróleo, petroquímica e siderurgia, “vira” conflito permanente.

Em Salvador desde a terça (138), a Comissão Nacional Permanente do BenzenoCNPBz visitou a RLAM na quarta (148) e na quinta e sexta (15 e 16) as três bancadas estiveram reunidas na Fundacentro.

Segundo o diretor do Sindipetro Bahia, Deyvid Bacelar e o coordenador da bancada dos trabalhadores na Comissão, Antônio Goulart, "como ocorrido ano passado, a Petrobrás não atende as reivindicações do movimento sindical quanto à legislação do benzeno, minimiza a gravidade da integridade das instalações da Refinaria, ameaça a saúde dos trabalhadores diante da exposição ao benzeno, produto comprovadamente cancerígeno, bem como continua praticando sonegação fiscal ao não recolher o GFIP corretamente para os trabalhadores expostos ao benzeno. 

A estatal rasga as Normas Regulamentadoras e moderna legislação do Benzeno, contrata caríssimas assessorias para contestar as acusações e recorre das multas e interdições, como já ocorrido na RLAM.

A bancada do governo, formada entre outros por auditores do Ministério do Trabalho e EmpregoMTE e técnicos do Ministério Previdência Social, Ministério da Saúde, Fundacentro, Fiocruz e INSS, reconhece os riscos existentes no ambiente de trabalho e em todas as reuniões oficiais recomenda correção de rumos. Fala ao vento.

Justamente por essa cobrança mais contundente dos trabalhadores e governo pelo respeito à vida e saúde dos trabalhadores, através do cumprimento da legislação de segurança e medicina do trabalho, membros da bancada patronal a serviço dos donos do capital ofendem e ironizam pessoas e o trabalho das outras bancadas e ameaçam pela segunda vez saírem da Comissão pelo fato de seus interesses financeiros não serem atendidos.

Os trabalhadores que participaram da reunião em Salvador voltam para suas bases com uma importante vitória: a publicação de uma nota técnica do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) que se opõe justamente a essa ofensiva da bancada patronal.

O documento reafirma premissas importantes como o fato de que não existe nenhum limite seguro de exposição ao benzeno; e não exclui o risco à saúde; e que esse risco deve ser reconhecido nos respectivos ASO, dentre outros elementos importantes.

O consenso entre os trabalhadores é de que a resistência aos ataques da Petrobrás deve passar pela base, pela organização dos trabalhadores em seus locais de trabalho. Sem os trabalhadores mobilizados essa luta fica muito mais difícil. Uma ação unificada de todos os sindicatos na semana do dia 5 de outubro, que é o Dia Nacional de Luta Contra o Benzeno, é um passo importante