Economia

SEAGRI estimula associativismo e cooperativismo no Recôncavo baiano

Secetário Eduardo Salles fez palestra na Faculdade Maria Milza, em governador Mangabeira
ASCOM SEAGRI , Governador Mangabeira | 09/08/2013 às 18:04
Secretário Eduardo Salles durante palestra na Faculdade Maria Milza
Foto: DIV

Ampliar o leque de atividades agropecuárias do Recôncavo baiano e buscar a agroindustrialização das culturas desenvolvidas na região são os caminhos apontados pelo secretário de Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, para o desenvolvimento sustentável da agropecuária com inovação, durante palestra realizada na Faculdade Maria Milza, em Governador Mangabeira, na manhã desta sexta-feira (09). A explanação fez parte da programação do I Simpósio Internacional Recôncavo: Inovação, Desenvolvimento e Sustentabilidade, que teve início ontem (8).

Para Salles, a organização das cadeias, o fortalecimento do associativismo e cooperativismo na região são fundamentais para avançar na produção. “Aqui são encontradas atividades tradicionais como o fumo, a citricultura, a pecuária de leite, a avicultura, a mandiocultura e a piscicultura. Podemos estruturar as atividades destas cadeias, agregar valor aos produtos, gerando emprego, renda e desenvolvimento para a região, através da agroindustrialização”, disse.

O secretário aproveitou para lembrar os avanços que o setor agropecuário teve nos últimos anos, a exemplo da criação de 22 Câmaras Setoriais das cadeias consideradas estratégicas, integradas por representantes de todos os elos e do governo, com o objetivo de estruturar as atividades, através de um planejamento para até 20 anos, permitindo a continuidade das atividades, mesmo com as alternâncias nos governos. Salles destacou que a agroindustrialização na Bahia também tem se expandido. “O governo tem realizado missões internacionais com o objetivo de atrair investidores e como resultado, já contabilizamos cerca de 28 projetos implantados, em fase de implantação e com protocolo de intenção assinados”, revelou.

Uma das novidades apresentadas pelo secretário foi o Plano de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira - Leite Bahia, que está em fase de testes, para que seja aperfeiçoado e corrigidas possíveis falhas. O Plano pretende tornar a Bahia autossuficiente na produção de leite, pois atualmente o estado produz 1,2 bilhão de litros de leite, enquanto que o consumo chega a 1,6 bilhão.

Citricultura

Antônio Rocha, pesquisador da Embrapa e professor da Famam, apresentou o panorama fitossanitário da citricultura no Recôncavo baiano e destacou que a Chapada Diamantina, o Oeste e o Piemonte do Paraguassu são regiões com potencial para o desenvolvimento dos citros. “Nessas regiões há a produção, mas não é destaque como acontece no Recôncavo e no Litoral”, disse.

 O pesquisador expôs as principais doenças presentes na cultura do citros, como o greening, o cancro cítrico, a podridão floral, a mancha preta e a tristeza do citros. Algumas delas presentes em São Paulo, maior produtor, outras com incidência na Bahia. “Para combater as pragas é preciso ter mudas sadias, uso de pesticidas e, em alguns casos, a erradicação das plantas. Contudo, o melhor a ser feito é a prevenção, através da produção de mudas em viveiro telado”, frisou.

A produção de mudas em viveiros telados já é lei em São Paulo, o governo de Sergipe subsidia o investimento para quem usa a tela e, na Bahia, o governo estadual, através da Secretaria da Agricultura/ Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), publicou portaria estabelecendo prazo até 2014 para que os produtores de mudas se adequem. Segundo Armando Sá, diretor de Defesa Vegetal da Adab, a Bahia já possui viveiros telados em várias regiões e vem fomentando essa técnica, através da Superintendência da Agricultura Familiar (Suaf/Seagri). O objetivo é evitar o aparecimento da principal praga dos citros, o greening (HLB), que está arrasando com a produção de citros em São Paulo.