Economia

Sisal poderá ser utilizado para alimentação animal, segundo a Seagri

Proposta é ampliar o aproveitamento da fibra tb como alimento
ASCOM Seagri , Salvador | 14/07/2013 às 06:00
Secretário de Agricultura e técnicos do governo federal
Foto: DIV
A mucilagem do sisal poderá ser comercializada como ração animal e doada a pequenos criadores afetados pela estiagem prolongada, a partir de registro desse subproduto no Ministério da Agricultura (Mapa). Esta semana, o secretário estadual da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, recebeu no gabinete da Secretaria da Agricultura (Seagri), o fiscal federal agropecuário, Bruno Paule, após ter visitado, com a equipe técnica da Seagri, na região de Conceição do Coité e Valente, propriedades de produtores de fibras e indústrias de tecelagens, para discutir aspectos de aproveitamento da mucilagem e condições para a sua comercialização.
 

“Atualmente a Bahia só utiliza 4% da planta, o que nós queremos é viabilizar a utilização de 100% dos subprodutos do processamento da folha, e assim garantir a sustentabilidade dessa cadeia e a revitalização social e econômica de toda região do sisal”, explicou o secretário de Agricultura, Eduardo Salles.

 
A vinda do fiscal federal do Mapa é fruto de diversas viagens e reuniões realizadas ao longo de três anos, pelo secretário, em companhia do presidente da Associação de Produtores de Sisal, Misael Ferreira, do coordenador da Sub-câmara do Sisal, Enaldo Boaventura, dos prefeitos da região sisaleira e do diretor de Agricultura da Seagri, Almeida Junior, para tentar resgatar a lavoura do sisal, uma das culturas símbolo de resistência à seca. “Esta é apenas uma das ações que o governo baiano, através das secretarias da Agricultura (Seagri) e de Ciência e Tecnologia (Secti), está desenvolvendo para revitalizar a cultura do sisal, que envolve milhares de agricultores familiares no semiárido baiano”, disse o secretário.

 
Salles informa que o aumento do preço mínimo do sisal de R$ 1,24 para R$ 1,41 já foi uma das conquistas, mas ele pretende continuar reivindicando a subvenção econômica direta para o sisal, como já acontece com a cana, a realização de leilões para o sisal nas modalidades Prêmio para Escoamento de Produto (PEP) e Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro).

 
Segundo Eduardo, durante o lançamento do Plano Safra do Semiárido, feito pela presidente Dilma Rousseff, no início de julho, em Salvador, foi anunciado que, pela primeira vez, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) também poderá, através do Programa de Aquisição de Alimentos, comprar a mucilagem, uma vez que só era possível comprar alimento para consumo humano. “Nosso objetivo é a comercialização da mucilagem em sacos, com as devidas especificações de impureza, fibra bruta e teor de umidade”, disse Salles, informando que a pretensão é que o governo estadual compre esse subproduto como volumoso para distribuir com os pequenos criadores.

 

De acordo com o coordenador de Estudos e Projetos Agrícolas da Seagri, Marcelo Libório, os produtores de sisal beneficiam a planta e utilizam a mucilagem para alimentar seu próprio rebanho, e uma parte é desperdiçada e, com esta autorização do Mapa, os criadores poderão vender o subproduto. “O que nós queremos é a legalização do produto para ser comercializado e estamos caminhando para isso”, destacou.