Economia

Novo Plano Diretor amplia e robustece Polo Industrial de Camaçari

Veja as novas empresas que estão sendo instaladas em Camaçari
SICM , da redação em Salvador | 11/07/2013 às 17:48
Mapa de expansão do Polo de Camaçari
Foto: DIV
Trinta e cinco anos depois de inaugurado, no dia 29 de junho de 2013, o Polo Industrial de Camaçari, que nasceu como Complexo Petroquímico de Camaçari, fica maior e mais complexo. De acordo com o seu novo Plano Diretor, lançado hoje (11.07), na Fieb, pelo governador Jaques Wagner, a possibilidade de ocupação industrial no território do Polo aumenta de 134 mil m2 para 298,5 mil m2.
 
Em três décadas e meia de existência, o Polo também se expandiu, deixando a condição de concentrador de empresas petroquímicas para se tornar o maior distrito industrial integrado do Hemisfério Sul, com mais de 90 companhias, que produzem de cordas de sisal a automóveis, passando por logística e distribuição, pneus, fraldas e perfumes.
 
Elaborado pelo Governo da Bahia, através da Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração, pelo Comitê de Fomento Industrial de Camaçari (Cofic) e pelas prefeituras de Camaçari e Dias D'Ávila, o novo plano diretor vai contribuir para distribuir e ordenar o crescimento vertiginoso do complexo verificado nos últimos anos.
 
“Em um determinado momento, o sinal amarelo acendeu. Começávamos a encontrar dificuldades para alocar grandes projetos, como indústria de automóveis, centros de distribuição, e as novas plantas industriais que irão se instalar com o advento da produção de ácido acrílico pela BASF. O governador Jaques Wagner então determinou que fizéssemos uma revisão do Plano Diretor”, explica o secretário da Indústria, Comércio e Mineração, James Correia.
 
Pelo novo Plano, o Polo Industrial de Camaçari está preparado para enfrentar, no mínimo, mais cinco décadas de acelerada expansão. “O Plano anterior,elaborado em 1974,  embora tenha sido fundamental nestas três décadas e meia de existência do Complexo, já não respondia às demandas do atual cenário de desenvolvimento da indústria baiana, especialmente no que tange às questões espaço, logística e infraestrutura”, explica o Superintendente do Comitê de Fomento Industrial de Camaçari (Cofic), Mauro Pereira.
 
Para o coordenador executivo do projeto, o arquiteto André Pinho Joazeiro, o novo Plano Diretor do Polo Industrial de Camaçari se destaca também pela atenção renovada e ampliada às questões ambientais. “Ele contempla os zoneamentos ambiental e dos recursos hídricos, abordando com especial ênfase a questão do uso racional e adequado da água, com a  proteção das nascentes, da mata remanescente e do gerenciamento do uso das águas subterrâneas”, diz.
 
ZONEAMENTO ESPACIAL - O primeiro passo para a adequação do espaço ao crescimento industrial do Polo foi a edição do Decreto n° 13.010, de 11 de julho de 2011, assinado pelo governador Wagner, que declarou de utilidade pública, para fins de desapropriação, as terras de Camaçari e Dias D´Avila, medindo exatos 298.539.912,65m².  A nova poligonal é a principal baliza territorial para o novo Plano Diretor, apontando o vetor de crescimento e excluindo do uso industrial áreas onde a urbanização de caráter residencial se consolidou.
 
Para chegar à nova modelagem espacial foram realizados estudos de referência e a posterior elaboração do EIA-Rima que fundamentará a alteração da  Licença Prévia (LP) do Polo. Com isso, as empresas que venham a se instalar em áreas planejadas da nova poligonal seguirão o mesmo procedimento que atualmente vigora para a poligonal original do Complexo Petroquímico de Camaçari, onde o licenciamento ambiental já começa na fase da Licença de Instalação (LI).
 
“Esse prévio licenciamento é um diferencial muito importante no processo de atração de novos empreendimentos. Com certeza é muito mais importante que a oferta de incentivos fiscais, que todos os Estados acabam incluindo entre os benefícios. Nós temos uma área industrial pronta, integrada, onde o prazo do licenciamento ambiental é significativamente reduzido. E isso, com certeza, faz uma diferença enorme”, diz Joazeiro.
 
O desenvolvimento espacial do Polo deverá se dar por etapas, de forma a evitar o espraiamento da ocupação e consequente aumento do custo relativo de infraestrutura. Pelo novo Plano Diretor, o Polo Industrial de Camaçari foi dividido em sete zonas:
 
1.    ZONA DO COMPLEXO BÁSICO: Zona consolidada na qual predominam plantas industriais de petroquímica básica configurando o núcleo matriz do Polo Industrial de Camaçari.

2.    ZONA OESTE DIAS D’ÁVILA: apropriada para a implantação de indústrias geradoras de emissões atmosféricas controladas, dentro de limites estabelecidos pelo Conama e licença emitida pelo órgão ambiental competente.

3.    ZONA OESTE CAMAÇARI: Deverá absorver atividades de transportes e logística, além da atividade industrial controlada, empreendimentos de geração de energia e controle ambiental. Área também destinada à instalação de empresas direcionadas à educação, cultura, capacitação, pesquisa e inovação voltadas para o setor industrial.

4.    ZONA NORTE: Contida na bacia do Rio Imbassaí , consolidada por atividades relacionadas à indústria de celulose.

5.    ZONA CENTRAL: Principal elemento estruturante da remodelagem espacial do Polo, sendo a zona prioritária para expansão dos setores automobilístico e de equipamentos de produção de energia eólica, admitindo ainda em seu espaço atividades industriais de montagem, indústrias com baixa emissão de CO2 e núcleo de otimização logística e de transportes.

6.    ZONA LESTE: Área reservada para expansão futura do Polo, prevista a ocupação inicial da porção que margeia a Via Atlântica, com ocupação prevista para indústrias automotivas e sua cadeia de produção.

7.    ZONA SUL: Área contida na bacia do Rio Capivara Grande, ao sul da Via Atlântica, reservada para a locação prioritária de indústrias de equipamentos eólicos, automotivas e indústrias com baixa emissão de CO2.

 
PETROQUÍMICA E AUTOMÓVEIS
 
A integração entre a primeira e a segunda geração da cadeia petroquímica continua a ser um objetivo a ser alcançado no Pólo Industrial de Camaçari. A Braskem realizou pesquisas sobre as possibilidades de aproveitamento de excedentes de propeno e benzeno. As mais promissoras envolvem a produção de cumeno e ácido acrílico.
 
Em razão disto, a BASF está construindo um complexo acrílico , com investimentos de R$ 1, 2 bilhão, onde serão produzidos ácido acrílico, acrilato de butila e polímeros superabsorventes, todas matérias-primas para as indústrias de tintas, químicos para construção, adesivos, fraldas e absorventes higiênicos, além de tecidos.
 
Outra possibilidade é a produção de ácido cianídrico diretamente a partir de gás natural. Há possibilidades de desdobramentos do investimento já realizado pela Unigel, única produtora de metacrilatos e cianetos da América Latina.
 
Na área automotiva, destaques para os investimentos da Ford e das chinesas JAC e Foton. A fábrica da JAC Motors em Camaçari terá capacidade de produção de 100 mil unidades/ano, representando investimentos de R$ 1 bilhão e 3,5 mil empregos diretos.
 
A Ford também já anunciou uma expansão de 20% de sua capacidade na fábrica baiana, com investimentos de R$1,5 bilhão, sendo R$ 400 milhões em uma nova fábrica de motores.  A planta passará a produzir 300 mil automóveis/ano e serão gerados mil novos postos de trabalho.
 
Com investimentos de R$ 209 milhões, a chinesa Foton Motors, fabricante de caminhões e ônibus, será a terceira montadora a se instalar no Pólo Industrial de Camaçari, gerando 200 novos empregos diretos. 
 
COMITÊ GESTOR
 
A aplicação do novo Plano Diretor estará a cargo de um Comitê Gestor tripartite, formado pelo Governo da Bahia, pelo Cofic e pelos municípios de Camaçari e Dias D‘Ávila.
 
 
POLO EM NÚMEROS:
 
•          35 anos no dia 29 de junho de 2013
•          Maior complexo industrial integrado do Hemisfério Sul
•          Ativo total do Polo até 2008: US$ 12 bilhões
•          Saltou para US$ 16 bilhões em 2011
•          Deve superar US$ 22 bilhões até 2015 (excluindo os aportes realizados pelo Governo em infraestrutura) e considerando mais de US$ 6, 5 bilhões em novos investimentos.
•          Empregos: 15 mil diretos / 30 mil indiretos (mais 17 mil, diretos e indiretos, até 2018)
•          Faturamento anual: US$ 15 bilhões
•          ICMS para a Bahia: R$ 1 bilhão/ano.
•          Exportações: 30% do total das exportações baianas
•          90% da arrecadação tributária de Camaçari
•          20% do Produto Industrial Bruto (PIB) da Bahia
•          Empresas: + de 90
•          35 químicas e petroquímicas
•          28 automotivas (Ford + autopeças)
•          27 metalurgia do cobre / têxtil / bebidas / celulose / pneus / fertilizantes / metal/mecânica / energia/ bebidas / serviços
•          Braskem  - maior empreendimento privado do país, com atuação global)
•          Paranapanema  - principal produtor de cobre eletrolítico da América do Sul
•          BSC - única indústria que produz celulose solúvel com alto teor de pureza em toda a AL)
•          Deten Química  - única produtora no país de LAB - Linear Alquilbenzeno, matéria prima básica para produção de detergentes biodegradáveis
•          Ford  - com capacidade de produção para 250 mil veículos/ano, em ampliação para 300 mil/ano
•          Continental Pneus - primeira unidade no Brasil da fábrica alemã
•          Bridgestone – uma das maiores fábricas do grupo no mundo
 
FONTE: COFIC
 
PRINCIPAIS INVESTIMENTOS:
 
CADEIA ACRÍLICA
 
•          BASF
R$1,2 bilhão em investimentos
Novas plantas: ácido acrílico, acrilato de butila e polímeros superabsorventes (SAP)
Maior investimento de uma companhia alemã fora da Alemanha
Matéria-prima - propeno fornecido pela Braskem
 
•          Kimberly-Clark
R$ 100 milhões
430 empregos diretos
Nova planta: Fraldas descartáveis e produtos de higiene pessoal
 
CADEIA AUTOMOTIVA
 
•          FORD
Investimentos: R$ 400 mil na fábrica de motores
Investimentos: R$ 1 bilhão em nova unidade de estamparia/
ampliação da montagem final/ ampliação da pista de testes etc
Empregos: 1 mil
Origem: EUA
 
•          JAC Motors
Investimentos: R$ 1 bilhão
Empregos: 3,5 mil
Origem: China
Producão: automóveis e caminhões
 
•          Foton
Investimentos: R$ 209 milhões
Empregos: 200
Origem: China
Produção: micro-ônibus e caminhões
 
CADEIA EÓLICA
 
•          Gamesa
Investimentos: R$ 100 milhões
Empregos: 100
Origem: Espanha
Produção: nacelles para aerogeradores
 
•          Alstom
Investimentos: R$ 100 milhões
Empregos: 150
Origem: França
Produção: aerogeradores
 
•          Torrebras
Investimentos: R$ 21 milhões
Empregos: 235
Origem: Espanha
Produção: torres metálicas
 
•          Tecsis
Investimentos: R$ 200 milhões
Empregos: 6 mil
Origem: Brasil
Produção: pás eólicas
 
DIVERSOS
 
O Boticário
Investimentos: R$ 535 milhões
Empregos: 700
Origem: Brasil
Produção: perfumes e cosméticos
 
Knauf
Investimentos: R$ 150 milhões
Empregos: 150
Origem: Alemanha
Produção: drywall