As rendeiras da Cooperativa de Artesãs da Barra Nova (Coopeartban) receberam, nesta terça-feira (11), uma parte da equipe que integra os realizadores da exposição Mulher Artesã Brasileira. A visita teve como objetivo concluir uma das etapas do projeto, que compreende em aplicar ações de pesquisa, documentação e divulgação do trabalho das artesãs selecionadas, por meio de publicações específicas como livros de arte e um documentário. 

O evento acontece na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque (EUA), no mês de setembro.

A cooperativa ganhou destaque internacional depois de uma de suas artesãs, Wendy Barros, ter sido escolhida pelo Programa de Artesanato Brasileiro (PAB) como uma das 15 mulheres a expor suas peças no evento. Durante a visita à Coopeartban, a relações públicas à frente do projeto e divulgadora do artesanato brasileiro no exterior, Nilza Barros, disse ter ficado impressionada com a determinação das rendeiras.

"Elas chegam a trabalhar até 15 horas por dia para atender aos pedidos. Visto que são mulheres, num município pequeno, com tantas outras tarefas inerentes ao papel que ocupam, já é um grande comprometimento", relatou.

Ela também ressaltou a importância da proatividade de Wendy na comunidade. "Observamos que o trabalho dela foi um resgate junto às outras artesãs. Antes cada uma trabalhava por conta própria e sem organização, afinal esse foi o modelo a que elas foram submetidas durante anos. Hoje, com a integração de pessoas jovens como a Wendy ao grupo, elas passaram a se organizar em prol de um bem coletivo, isso é um avanço para o tipo de trabalho que elas fazem", explicou.

O grupo entrevistou as artesãs da cooperativa e registrou as peças por elas produzidas. O material gravado nessa oportunidade agregará vários produtos pertencentes à exposição, entre eles uma exibição fotográfica que acontecerá ao mesmo tempo das peças; em uma segunda data será realizada a exibição de um documentário sobre a produção artesanal brasileira, seguida de uma conferência com a participação de artesãs, jornalistas e formadores de opinião.

A diretora de Design e Artesanato da Seplande, Dyslene Teles, acompanhou a equipe na visita e ressaltou os últimos acontecimentos na comunidade como um retorno merecido. "Como representantes do PAB em Alagoas nós buscamos fomentar a atividade da melhor forma para os nossos artesãos. No entanto, essa iniciativa não pode ser uma via única, e o que está acontecendo é uma prova disso. Se Wendy e suas companheiras tivessem ficado passivas diante da oportunidade nunca passariam por tudo isso", disse.

Além disso, a diretora avalia todo o processo a que a exposição submete seus participantes como uma forma sistemática de promover o conhecimento do Brasil sobre a sua própria arte. "Ao mostrar esse nosso pedaço para os estrangeiros nos descobrimos também, tudo ao mesmo tempo. Isso não tem preço, ver essas mulheres da Barra Nova se destacando com a sua arte. Toda essa movimentação vai gerar um conhecimento necessário do que se precisa para a atividade, o que vai nos possibilitar promover políticas públicas de maior alcance", concluiu.