Economia

CESOL: associações e cooperativas ganham um novo aliado, p OHARA GRECE

Nada mais sugestivo do que seguir os caminhos do associativismo e do cooperativismo nesta direção agregadora e da sustentabilidade de projetos num mesmo território
OHARA GRECE , Salvador | 28/05/2013 às 09:55
Bacia do Jacuípe e o Cesol local com produtos cooperativados
Foto: SETRE
   O nome fantasia é insosso - CESOL. Parece propaganda de alguma pasta de dentes mas não é bem assim na vida real. O Programa Centro Público de Economia Solidária (CESOL) da Setre - Secretaria do Trabalho do Governo da Bahia é uma ferramenta importante no apoio a sustentação e fortalecimento para associações e cooperativas da agricultura familiar.

   A sustentação desses empreendimentos familiares tem sido um grande desafio para todos, especialmente os produtores rurais. Agora mesmo, com a prolongada seca na Bahia, houve uma baixa enorme nessa capacidade de sobrevivência por dificuldades as mais elementares, à falta d'água e energia; às mais complexas, com a perda de produção e as dificuldades em comercializar o que foi possível.

   Daí que os CESOL, e já são sete implantados na capital e interior, juntamente com os Armazéns da Economia Solidária - outro bom programa do governo - servem como equipamentos que dão suporte a esses empreendimentos familiares, em qualificação, planejamento, participações em eventos e outros.

   Quando o secretário do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte do Estado, Nilton Vasconcelos, fala do papel do CESOL para garantir de forma "sustentável e continuada" o trabalho dessas pessoas tem razão em sua afirmativa, calcada no sentimento da geração de renda e de emprego permanente nos municípios.

   Vale destacar que a sazonalidade de empregos nos municípios é tema sempre recorrente nas discussões de políticas públicas de governo, com levas de migrantes para outras regiões do país diante de efeitos de fenômenos climáticos e outros, fazendo com que muitas famílias se desagreguem ou pelo menos vivam em pólos distintos, o chefe da família trabalhando numa região e o restante desta mesma família residindo em outra.

   Nada mais sugestivo do que seguir os caminhos do associativismo e do cooperativismo nesta direção agregadora e da sustentabilidade de projetos num mesmo território. O CESOL de Juazeiro, por exemplo, tem previsão de atender durante os dois anos de vigência do contrato da Setre com a ONG Josué de Castro, empreendimentos de Juazeiro, Campo Alegre de Lourdes, Canudos, Casa Nova, Curaçá, Pilão Arcado, Remanso, Sento Sé, Sobradinho e Uauá.

   Nesta região, por exemplo, há a Coopercuc que é uma cooperativa em Uauá cujos integrantes atuam no beneficiamento do umbu e do maracujá nativos e que acrescentam a esses produtos "in-natura" valores agregados, como geléias, sucos, doces, etc, tem uma marca bem definida em design e consegue colocar seus produtos até em mercados do exterior. 

   Empreendimento como o Quilombá, do Quilombo Fazenda Nova Fátima, no município de Curaçá, é outro bom exemplo, pois fabrica produtos alimentícios como biscoitos, bolos e sucos, onde moram 120 famílias das quais 10 estão envolvidas diretamente com essa atividade cooperativada, e que, com o Cesol, vai ganhar vitalidade em suas marcas, na parte mais difícil que é a comercialização, justo no enfrentamento da competitividade do mercado.

   O Cesol é uma boa nova nesse incipiente sistema cooperativista que na Bahia não tem tradição como em outros estados do país, mas, aos poucos, vai se organizando e ganhando novos adeptos e reforços e que não pode fugir do seu objetivo que é o fortalecimento e promoção do trabalho coletivo baseado na economia solidária.