Economia

Variedades chocolates dão show a parte no Aleluia Ilhéus Festival

Festival movimentou a economia local
Secom , Ilhéus | 31/03/2013 às 19:46
Empresário Warley Johann expõe seus produtos
Foto: Gidelzo Silva
Derivado do cacau, o “filho” mais nobre da região sul baiana, o chocolate apresenta-se como um show a parte no Aleluia Ilhéus Festival, que ocorre no município até este domingo de Páscoa, 31. A variedade local da guloseima mais cobiçada em todo o mundo encantou visitantes e mostrou a sua importância para a afirmação da identidade cultural e desenvolvimento econômico de toda região cacaueira.

Desde quinta-feira, 28, quando iniciaram as atividades do evento, na Avenida Soares Lopes, milhares de pessoas puderam degustar e levar para casa um produto original, produzido com a qualidade artesanal e tecnologias industriais. Chocolate com pimenta, meio amargo, com grande concentração de cacau, brigadeiro com nibes – pedaços da amêndoa do cacau triturados – trufas de sabores pra lá de exóticos, como cupuaçu e açaí, chocolate ao leite, simplesmente, e até a amêndoa do cacau caramelizada ou torradinha com sal, para tira-gosto, brilharam no Aleluia Ilhéus Festival como todas as estrelas locais e nacionais que agitaram as noites do evento.

Há também o licor de chocolate, para aquecer os momentos de frio, e o chocolate gelado, para abrandar o calor da terra. Toda essa variedade é produzida por agricultores e empresários de toda a região Sul, como Ilhéus, Coaraci, Ibicaraí e Itacaré, entre outros, e ficaram à amostra nos mais de 10 estandes específicos para os derivados do cacau. “O evento está sendo muito bom para nós produtores, afinal, temos uma forma original de expor nossos produtos, especialmente neste feriado da Páscoa, quando também recebemos muitos turistas”, atestou o proprietário e diretor de produção de uma fábrica local, Wharley Johann, que expôs 12 formas diferentes de chocolate no Aleluia Ilhéus, incluindo sabores e formatos.

Em meio a compras e degustações, a psicóloga carioca Luciene Pinheiro considerou a importância das exposições não apenas para a movimentação econômica, mas também para afirmação identitária da região. “Desde o primeiro dia do festival, não paro de provar toda a variedade do chocolate produzida aqui na região”, comentou a psicóloga, durante uma compra. “Vou levar chocolates para presentear familiares e amigos, e percebo que esta exposição, aqui no festival, fortalece a cultura do cacau”, destacou.

Fortalecimento da economia - A produção do chocolate na região cacaueira é uma saída bastante lucrativa para os agricultores da região. Quem destaca é o membro da Associação de Agricultores do Rio do Engenho Agroecológica Damata e Amarea, Pedro Montalvão. “Com a produção local, temos um macro aproveitamento de todos os recursos naturais e do retorno financeiro”, comentou o produtor.

Montalvão explica que a produção local envolve desde plantação, colheita e preparo das amêndoas do cacau para a transformação em chocolate, até o preparo da iguaria, embalagem e distribuição. “Assim, utilizamos a mão de obra local em todas as etapas da produção, gerando mais emprego para a região; além disso, utilizamos a própria natureza para confeccionar nossas embalagens, a exemplo das folhas de bananas e das do próprio cacau, o que torna nosso produto ecologicamente correto e bastante original”, salientou.

O valor do produto local é calculado com base no valor médio do similar vendido nos supermercados pelas grandes empresas nacionais e multinacionais. Cem gramas saem ao custo de R$ 5,00. Pedro Montalvão explica que como todo o processo de produção à distribuição é regional, também todo o lucro fica concentrado na região, fortalecendo a economia local. “Estamos vendendo uma arroba de cacau por mais ou menos R$ 60,00; se vendermos um quilo do nosso produto final, obteremos R$ 50 reais, quase o valor de uma arroba, que equivale a 15 quilos de cacau”, explicou o produtor. “Entende como podemos fortalecer a nossa economia?”, ponderou ele.

Além disso, Montalvão destaca a qualidade nutricional e o sabor do produto local. “Sem conservantes, fazemos um produto mais nutritivo e com o sabor mais concentrado da amêndoa, o que fica muito mais agradável ao paladar, muito mais sofisticado.”