Economia

Indústria de coco em Conde vai começar produzir água e óleo do produto

Os executivos apresentaram as ações em curso para a construção da indústria do grupo, cuja obra encontra-se 85% concluída, e produzirá além de fibra de coco, água de coco e óleo de coco.
SEPLAN ,  Salvador | 21/12/2012 às 13:14
Executivo da empresa com o secretário Sérgio Gabrielli
Foto: SECOM
   A partir de janeiro de 2013, o Grupo Aurantiaca, que investe R$ 200 milhões no município de Conde, inicia a produção de fibra de coco, cuja utilização é diversificada, servindo desde ao segmento automotivo até petrolífero. O anúncio foi realizado pelo presidente da empresa, Piet Henk Dörr, e pelo vice-presidente, Roberto Lessa, ao secretário do Planejamento do Estado, José Sergio Gabrielli, nesta sexta-feira (21), durante um encontro na secretaria. 

Os executivos apresentaram as ações em curso para a construção da indústria do grupo, cuja obra encontra-se 85% concluída, e produzirá além de fibra de coco, água de coco e óleo de coco.

A Bahia é líder nacional em produção de coco e o Brasil ocupa a quarta posição no ranking mundial. No ano de 2010, o estado produziu mais de 500 milhões de frutos, gerando um volume superior a R$ 220 milhões e mais de 240 mil postos de trabalho. A produção de coco é um assunto que vem merecendo atenção por parte do secretário de Planejamento. De acordo com Gabrielli, a Bahia é favorecida com condições ideais para o desenvolvimento dos coqueiros. “Temos terrenos arenosos na maior parte da faixa costeira e sol forte”, destaca.

O titular da pasta do Planejamento sinaliza que essas condições físicas encontradas no estado representam uma potencialidade para que a comercialização do coco ocorra durante todo o ano. Dessa forma, possibilita que o produtor mantenha um fluxo contínuo de faturamento no decorrer da vida produtiva do coqueiro. Dados do segmento revelam que a produção de coco no Brasil está em franco crescimento, com quase três milhões de toneladas por ano.

O município do Conde, onde estão sediadas as fazendas da Aurantiaca e onde está sendo construída, com recursos próprios, a fábrica, tem uma área de mais de 15 mil hectares plantados com coco. Esse território é maior do que a área plantada em estados como Pernambuco, Alagoas, Paraíba, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Com a chegada da indústria, as perspectivas são de melhorias para os produtores de coco. Segundo dados do IBGE, cerca de 90% dos que atuam nesse segmento, no Brasil, têm um perfil de agricultores familiares, com propriedades de até 50 hectares.

De acordo com José Sérgio Gabrielli, a expectativa é de que o consumo de água de coco no mercado brasileiro salte de 1,4%, para 5%, atingindo a marca de 500 milhões de litros. “Com o aumento contínuo do consumo da água de coco, esse é um mercado bastante promissor, competindo, inclusive, com as bebidas do tipo isotônicas, o que significa que a instalação uma indústria na Bahia que faça o total aproveitamento do fruto gera uma vantagem competitiva, além da possibilidade de adensar a cadeia de cosméticos e até petróleo”, comenta Gabrielli. 

O vice-presidente da Aurantiaca, Roberto Lessa, destaca que o coco tem ainda outros produtos derivados que também se revelam favoráveis à saúde e à beleza. “Entre eles, o óleo de coco, que é utilizado como suplemento alimentar com efeitos importantes na melhoria do bom colesterol e na redução da gordura abdominal”, afirma. Segundo ele, o óleo de coco tem ação anti-inflamatória, protege o coração e regula o funcionamento da tireóide.

Na indústria de cosméticos, o óleo de coco aparece como ingrediente de produtos que proporcionam brilho, equilíbrio e maciez ao cabelo danificado. No que se refere à pele é usado em formulações de produtos de massagem corporal e hidratante. “Além disso, tem sido considerado um dos produtos capazes de retardar o processo de envelhecimento e flacidez da pele”, lembra o vice-presidente. Roberto Lessa ressalta que o óleo de coco pode ser utilizado ainda no tratamento de psoríases, dermatites e eczema.