Economia

COOPERATIVAS baianas isoladas do mercado exportador, por OHARA GRECE

O que causa preocupação é que 19 estados da federação estão envolvidos com o sistema de cooperativas e neste mercado a Bahia continua de fora
Ohara Grece , da redação em Salvador | 26/11/2012 às 10:28
Dezenove estados brasileiros realizam exportações por meio de cooperativas
Foto: DIV
   A Bahia continua ainda engatinhando, aliás, diria que ainda está na fase de gestação no segmento exportador das cooperativas nacionais. Neste 2012, entre janeiro e outubro, as cooperativas brasileiras exportaram US$4.9 bilhões com um saldo na balança comercial da ordem US$4.482 bilhões, uma vez que as importações se situaram na casa de US$213.7 milhões.

   O que causa preocupação é que 19 estados da federação estão envolvidos com o sistema de cooperativas e neste mercado a Bahia continua de fora, ainda que a área plantada de grãos no Oeste e de algodão no Sudoeste seja expressiva, mas ainda não tenham se inserido nesse contexto.

   É provável que, com o Porto Sul, com previsão para conclusão das obras no final de 2015 e a organização de plantas cooperativadas no estado, lá para 2016, possam participação desse filão do mercado exportador.

   Hoje, os produtos nacionais que se destacaram em vendas de exportações pelas cooperativas foram etanol, açúcar refinado, soja em grãos, café em grãos e carne de frango. E, houve crescimento, na venda de milho em grãos, carnes desossadas de bovinos, congeladas, algodão em bruto, feijões comuns, secos e outros grãos.

   Veja que são produtos que a Bahia produz em distintas escalas, mas, o problema é que o sistema cooperativista no estado não deslancha falta-nos tradição, organização, métodos e assim por diante.

   Dezenove estados brasileiros realizam exportações por meio de cooperativas: São Paulo teve maior volume de vendas com US$1.7 bi seguido do Paraná US$1.5 bi; Minas US$577 milhões; Santa Catarina US$293 milhões; Rio Grande do Sul US$260 milhões. No Norte e Nordeste já participam desse mercado o Maranhão, Paraiba, Pará.

  Outro detalhe é que a Bahia nem exporta produtos nem compra produtos e insumos, uma vez que a pauta básica das exportações/importações está concentrada no setor agropecuário, o que significa dizer que também não estamos sequer dando suportes a prováveis plantas do sistema de cooperativistas. Teve estado brasileiro que adquiriu só de máquinas e aparelhos para preparação de carnes US$8 milhões.

   E se partimos para o assunto tecnologia é melhor nem pensar, as cooperativas baianas encontram-se ano luz em relação as do sul e sudeste. Só para se ter uma idéia a Cooperja, cooperativa Catarinense fundada em 1969 e que é um grande exemplo de sucesso no agronegócios e  que com o objetivo de modernizar e agilizar o trabalho entregou um tablet para todos os seus vendedores externos. 

   O trabalho que antes era realizado com notebook, agora é feito com os tablets. O equipamento irá facilitar o atendimento dos vendedores junto aos agricultores. Mas tecnologia é o assunto do nosso próximo artigo.

   Está na hora, portanto, da Bahia também acordar para esse mercado.