Economia

GABRIELLI otimista diz que Bahia pode receber US$33 bi investimentos

Entre os setores mais dinâmicos estão o de mineração, o eucalipto (Extremo Sul), fruticultura (Norte) e a indústria na Região Metropolitana de Salvador (RMS),
SEI , Salvador | 23/11/2012 às 07:26
Sérgio Gabrielli aponta boas perspectivas para a Bahia a longo prazo
Foto: Carol Garcia
No ambiente econômico que vem se estruturando na Bahia um dos desafios da gestão pública é se planejar para atender com eficiência e eficácia as novas demandas. Essa foi uma das idéias expostas pelo secretário do Planejamento, José Sergio Gabrielli, durante a palestra “Bahia 2012/2023 - Cenários e Desafios”, proferida hoje (22), no auditório da Procuradoria Geral do Estado (PGE), durante a solenidade de lançamento do Plano Estratégico do órgão.

No evento, do qual também participaram o procurador geral do Estado, Rui Moraes Cruz, os secretários de Ciência, Tecnologia e Inovação, Paulo Câmera, e de Administração Penitenciária e Ressocialização, Nestor Duarte, além de procuradores e autoridades, Gabrielli traçou um panorama da economia baiana. Ele lembrou a necessidade de se preparar para a nova realidade econômica que vem se configurando na Bahia, com o surgimento de novos vetores de crescimento no território baiano, reduzindo a concentração em Salvador e Região Metropolitana.

Entre os setores mais dinâmicos estão o de mineração, o eucalipto (Extremo Sul), fruticultura (Norte) e a indústria na Região Metropolitana de Salvador (RMS), região de Feira de Santana e Recôncavo, que ganha maior diversidade com os setores automotivo, de saúde e complexo eólico.

Gabrielli lembrou que até 2015 há previsão da Bahia receber investimentos da ordem de US$ 33 bilhões. Em termos comparativos, nos cinco primeiros anos, a Refinaria Landulpho Alves (década de 50) recebeu investimentos de US$ 2,5 bilhões; o Polo Petroquímico (década de 70), US$ 6,5 bilhões; e o Complexo Ford (década de 90), US$ 2,5 bilhões. “Antes eram choques que provocavam o crescimento, agora é um crescimento mais orgânico. Nos próximos anos receberemos o maior volume de investimentos concentrados em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) da história da Bahia”.

Dos US$ 33 bilhões (cerca de R$ 75 bilhões) de recursos privados esperados, a distribuição setorial terá como principais beneficiados os setores de energia (25%), mineração (24%) e papel e celulose (10%). Do volume total, 60% do dinheiro será aplicado fora da RMS. “Essa desconcentração gera pressão por serviços e infraestutura. O Estado deve estar preparado para isso”, diz Gabrielli.

Ele observa que, além dos recursos privados, há uma estimativa de investimentos públicos, notadamente do governo federal, da ordem de R$ 37 bilhões. Estes devem ser destinados a grandes obras estruturantes de infraestrutura logística, como rodovias, ferrovias, portos e aeroportos. Aí estão inclusos, entre outros a Ferrovia de Integração Oeste Leste (Fiol), Porto Sul, Via Expressa e Ferrovia Centro Atlântica.

Outro fator que, além de contribuir para a redução da miséria e das desigualdades sociais, vem beneficiando fortemente a economia baiana é a injeção financeira nos municípios promovida pelos recursos oriundos os programas sociais, a exemplo do Bolsa Família, aposentadoria rural e incentivos à agricultura familiar. Segundo Gabrielli, 62% dos municípios baianos recebe mais dinheiro na sua economia a partir dessas fontes sociais do que do Fundo de Participação dos Municípios.