Réguas confeccionadas em pet reciclado, lápis de madeira reflorestada, canetas recicladas de embalagem longa vida e vários itens em papel reciclado (formatos A3 e A4, capas de processos, blocos para rascunho, etiquetas auto-adesivas e envelopes) estão entre os 21 novos itens disponibilizados pela Secretaria da Administração (Saeb) para as compras públicas do Estado.
A iniciativa, do Programa de Compras Sustentáveis da Saeb, visa a estimular a aquisição de bens e serviços que utilizem os materiais da forma mais eficiente possível, considerando a análise do ciclo de vida do produto e levando em conta todos os seus custos, incluindo o descarte e suas conseqüências ambientais.
Somente em 2011, as compras públicas de materiais de consumo na administração estadual somaram R$ 295 milhões. Desde 2008 a Saeb já adicionou no catálogo de compras do Estado 384 itens sustentáveis, entre eles material de escritório, equipamentos diversos, lâmpadas, reatores, material de limpeza, entre outros.
10% do PIB
Os novos itens estão em fase final de licitação e até o próximo mês devem fazer parte do Sistema Integrado de Material, Patrimônio e Serviços do Estado da Bahia (Simpas), ferramenta gerenciada pela Secretaria para centralizar todos os pedidos de compras efetuados, online, pelos gestores de cada unidade da administração estadual.
De acordo com o Governo Federal, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, IPEA, as compras públicas de todas as esferas de governo respondem em média por 10% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional.
Além de incluir os produtos desenvolvidos a partir de matéria-prima reciclada, biodegradáveis e renováveis, com o mínimo de impacto ambiental no processo de produção e também no descarte, a Saeb desenvolve um programa de capacitação em logística de suprimentos e patrimônio para o correto acompanhamento de compras, especificações, recebimento e checagem dos itens, além da estocagem.
Ainda segundo o órgão, 4.720 fornecedores estão aptos a participar de editais de licitação. Muitos deles ainda não estão preparados para atender às especificações das compras sustentáveis, o que, por vezes, dificulta a concorrência. Para Marcos Lopes, coordenador de cadastro da Saeb, isso deve se reverter gradativamente, a partir do aumento do volume de itens sustentáveis adquiridos pelo Estado em suas diversas unidades. “Como o Estado compra muito, acaba induzindo as empresas a produzir em maior escala”, avalia Lopes.