A Bahia receberá da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) R$ 1,25 milhão e aplicará os recursos na qualificação de rebanhos de caprinos e ovinos; em kits de irrigação de dois hectares para comunidades de agricultores familiares visando à produção de hortaliças, grãos e frutas; e em tanques-rede para apoiar a piscicultura.
O anúncio foi feito pelo secretário da Agricultura baiano, Eduardo Salles, após reunião com o presidente da Chesf, João Bosco de Almeida, em Recife, nessa quarta-feira, 1º. Durante o encontro, o executivo se comprometeu em liberar R$ 10 milhões para oito estados nordestinos, atendendo à reivindicação apresentada por Salles, que atualmente exerce a presidência do Conselho Nacional de Secretários de Agricultura (Conseagri).
Sales estava acompanhado por seus colegas nordestinos e explicou que as verbas serão aplicadas em ações estruturantes de convivência com a seca, objetivando aumentar a oferta permanente de água e assegurar o desenvolvimento socioeconômico no semiárido do Nordeste. Cada estado terá direito a quantia igual à da Bahia.
1,3 mil barragens
De acordo com o secretário baiano, o novo recurso soma-se aos R$ 22,1 milhões já obtidos pela Conseagri junto ao BNDES e ao Ministério da Integração para a em providências contra a estiagem, no mês de junho. Por sugestão de Salles, o governador Jaques Wagner, aprovou o uso desse dinheiro na construção de 1,3 mil pequenas barragens subterrâneas para perenizar riachos e rios nos municípios cujo estado de emergência foi decretado por causa da seca.
Ainda segundo Eduardo, o diretor do BNDES, Guilherme Lacerda, confirmou o enquadramento dos recursos não reembolsáveis, e sua aprovação pela diretoria seve ocorrer nos próximos dez dias. Seu encaminhamento virá por intermédio da Companhia de Desenvolvimento dos Vale do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e/ou Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) até setembro.
Os demais estados poderão utilizar seus valores para barragens subterrâneas, biofábricas de mudas com alto padrão genético e sanidade aos agricultores familiares, a exemplo de cactus, (comum no Nordeste, como a palma, para alimentação animal), sisal, umbu, caju, manivas de mandiocas e de outras culturas tolerantes e resistentes à seca; sistemas de irrigação simplificados, ou ainda para construção de cisternas produtivas.