O governo Wagner instituiu a Politica Estadual de Apoio ao Cooperativismo através de decreto de 2011 regulamentando um Projeto de Lei aprovado pela Assembleia em 2009, porém, pouco avançou no relacionamento entre o Estado e o cooperativismo.
Se houve avanços desconhecemos ou não foram divulgados principalmente no que diz respeito a estimulo ao crédito, no uso de novas tecnologias e assistência técnica. Com a seca que castiga o estado há meses, com previsão de chuvas mais intensas no semiárido somente a partir de outubro, o incentivo ao cooperativismo minguou ainda mais.
Agora mesmo, em Guajeru, interior do estado, o prefeito suspendeu as águas nas escolas municipais porque não tem água para dar aos alunos, fazer a merenda e assim por diante. É uma situação inconcebível, mas, real. Assiste-se, também, na rede pública de ensino estadual uma greve escolar que já dura 104 dias com mais de 65 dias letivos perdidos. Ano comprometido.
Nesse (caso de Cuajeru) e noutros campos (caso da greve) o cooperativismo poderia dar uma grande contribuição, pois, sistemas cooperativistas não permitem esse tipo de coisa. Aulas não seriam paralisadas nem alunos ficariam sem água.
Evidente que não dá para abranger todo o estado porque a Bahia tem a dimensão da França, mais de 500 mil km quadrados, porém núcleos cooperativistas de ensino poderiam ser implantados no estado, especialmente no interior.AS cooperativas do ramo educacional poderiam ajudar e muito nesse momento.
Essa experiência já existe nos estados onde o cooperativismo é mais disseminado e levado a sério, casos de Minas, Paraná, Santa Catarina e o Rio Grande do Sul prática que já existe no Brasil desde a década de 1960 com as cooperativas-escolas associadas às escolas agrotécnias.
Na Bahia, quem mais avançou nessa direção foram as escolas do Projeto da Odebredcht no Baixo Sul do Estado e pesquisas apontam que a comunidade escolar responde afirmativamente com 82% de satisfação nesses núcleos escolares.
As escolas entraram aqui apenas como um exemplo porque o sistema cooperativista é bem mais abrangente e a disseminação da cultura do cooperativismo, ainda incipiente na Bahia, requer um processo persistente de mobilização e sensibilização dos atores, o que não representa uma tarefa fácil, ainda mais agora, com a seca, onde o estado se depara com um êxodo enorme desses atores para outros centros urbanos e rurais do país.
De toda sorte, como estamos no mês do cooperativismo é sempre bom lembrar desse tema e exigir das autoridades um esforço mais eficaz nesse sentido. Os atores, especialmente na zona rural, precisam desse incentivo, dessa orientação, senão vamos continua capengando na Bahia.