O Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada e Montagem Industrial do Estado da Bahia (Sintepav) lamenta a demissão dos últimos 600 trabalhadores da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL), lote quatro, do Consórcio Andrade Gutierrez ocorridas na quarta-feira (06).
Apesar de todos os problemas, a empresa vinha mantendo os trabalhadores com a expectativa de consolidar a execução da obra. Tal esforço, aliado ao empenho dos trabalhadores e a expectativa dos baianos, não ecoou juntos aos entes públicos para superação dos obstáculos que geraram inseguranças tais como: Liberação ambiental plena; Conclusão do projeto executivo e aceleração das desapropriações. Para agravar o quadro o consórcio , assim como os demais, esperava o desembaraço em torno dos problemas vinculados ao Tribunal de Contas da União, já que foram vários meses aguardando uma definição que não chegou e agravou o quadro de equilíbrio financeiro do contrato.
Ante tais problemas, os consórcios que já haviam demitido milhares de trabalhadores, vêm informando da impossibilidade de continuar executando a obra em função de tais condicionantes, e sem solução terminativa, se vêem premidos e sem alternativas, como o Consórcio Andrade Gutierrez, que suspende suas atividades demitindo todos os trabalhadores.
Essa medida provocou a demissão dos 600 trabalhadores restantes e lamentavelmente põe fim à expectativa da região e ao sonho de milhares de trabalhadores que esperavam pelo trabalho combater a pobreza e a miséria, ao mesmo tempo em que coloca sobre o manto da indefinição uma importante obra de integração econômica, o que pode gerar um aumento das dificuldades econômicas para a Bahia.
Este fato exige uma resposta dos diversos níveis governamentais. No entendimento do sindicato todas as demais empresas irão seguir este processo, o que poderá resultar no adiamento do sonho da região em ter um instrumento para o desenvolvimento econômico, e a não execução da obra compromete inclusive a construção do terminal Porto Sul de Ilhéus, pois não existe porto sem ferrovia, já que a FIOL seria o modal de integração com o Porto Sul.
É preciso reação e unidade da Bahia e dos baianos, exigindo da Valec e do Ibama soluções imediatas. Também é preciso pronunciamento da Valec por ter autorizado uma obra sem levar em consideração no planejamento, o projeto executivo e as desapropriações, que são elementos fundantes para um empreendimento com a característica da Ferrovia Oeste-Leste.
O Sintepav-Bahia deplora e lamenta as demissões dos trabalhadores, o que poderá aprofundar o quadro de pobreza da região.