Economia

Importações de carros do México desequilibram balança comercial na BA

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| 17/04/2012 às 10:00
O forte aumento na quantidade de desembarque de automóveis (81%) contribuiu para uma aceleração maior da importação em março de 2012 na Bahia. Na comparação com o mesmo período de 2011, as importações cresceram 54%, enquanto as exportações tiveram uma elevação de 9%. Devido esses resultados a balança comercial do estado em março fechou com déficit (US$ 36,2 milhões), situação que não ocorria na Bahia desde fevereiro de 2008.  

Contribuiu para esse aumento atípico em março nas importações de automóveis foram às mudanças no regime automotivo com o estabelecimento de cotas para compras originárias do México, e as novas regras de transição para a indústria automotiva. Isso causou especulações e receios de restrições maiores à importação desses produtos, o que motivou a antecipação na internalização de veículos até para recompor estoques reduzidos.  

Para o coordenador de Comércio Exterior da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais (SEI), Arthur Cruz, o fato do setor automotivo ter sido inserido no pacote de estímulo à indústria, deve melhorar a competitividade das exportações a médio prazo, contribuindo para diminuir o largo déficit comercial que o setor proporciona tanto na balança comercial baiana como brasileira.  

Os dados apurados pela SEI, autarquia da Secretaria do Planejamento (Seplan), apontam que mesmo com o déficit registrado em março, a Bahia acumula no trimestre um saldo comercial de US$ 584,2 milhões, 2,7% acima de igual período do ano passado. Nesses três meses as exportações baianas acumulam US$ 2,56 bilhões, o que supera em 25,2% igual período do ano anterior. Já as importações atingiram no período US$ 1,97 bilhão, 34% acima de 2011.  

Outro produto em crescimento nas importações foi a nafta (103%), atingindo US$ 183,1 milhões, porém é um produto costumaz na pauta de importações baianas por ser um insumo básico da matriz industrial. Além disso, o acréscimo é fortemente influenciado pelo apagão de energia elétrica no Nordeste, responsável por diminuir a atividade industrial em fevereiro do ano passado.  

Em relação às exportações, foram novamente lideradas pelo setor de petróleo e derivados com vendas de US$ 225,5 milhões e incremento de 35,4% em relação a março do ano passado. Os melhores desempenhos no mês passado foram das commodities agrícolas como algodão, com aumento de 328%; fumo com 107,6% e soja 100,3%.  

Afora o setor de petróleo e derivados, o agronegócio se destaca como uma das mais importantes atividades da pauta de exportações do estado, responsável por 30% das vendas externas da Bahia, resultado dos bons preços externos e da safra recorde de quase 8 milhões de toneladas de grãos colhidas no oeste baiano, 13% acima da temporada passada.