Os operários da Arena Fonte Nova rejeitaram nesta segunda-feira (16) a proposta do Consórcio que administra a obra para o término da greve. Os trabalhadores da Construção Pesada estão parados desde a última segunda-feira (12) em todos canteiros de obra da Bahia, incluindo a Arena Fonte Nova, no Dique do Tororó, em Salvador.
Em assembleia nesta manhã, a categoria não aceitou a proposta específica para os operários da Arena Fonte Nova de reajuste de 11%, cesta-básica de R$ 220, hora-extra aos sábados de 85% e implantação do plano de saúde em 60 dias. Eles querem uma negociação única incluindo os trabalhadores de todas as obras, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada da Bahia (Sintepav-BA).
Na última sexta (13), representantes da Governadoria intermediaram uma negociação entre o Consórcio da Arena Fonte Nova e os trabalhadores com objetivo de retomar as obras, que têm previsão de conclusão para dezembro deste ano, permitindo que Salvador seja uma das sedes da Copa das Confederações de 2013.
Hoje, às 14 horas, representantes dos operários se reúnem com o patronato na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), no Centro de Salvador. A pauta da categoria abrange reajuste de 10%, cesta básica de R$ 250, plano de saúde e hora-extra.
O Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada na Bahia (Sinicom) oferece 10% de aumento e cesta básica de R$ 160. De acordo com a entidade, o plano de saúde tem que ser negociado separadamente com cada empresa, já que algumas não têm condições de fornecer o benefício.
Além da Arena Fonte Nova, a greve paralisa as obras da Via Expressa, Ferrovia Oeste-leste e trabalhos de terraplanagem e saneamento básico pelo estado, totalizando 301 canteiros na Bahia.
DEPUTADO CRITICA
O deputado estadual Carlos Geilson (PTN) criticou em sessão, na Assembleia Legislativa, nesta segunda-feira (16), a postura do governo do estado da Bahia perante ao desencadeamento de greves e paralisações nos últimos dias.
O parlamentar citou a greve dos professores estaduais, a ocupação da sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) do Movimento Sem Terra (MST), a paralisação dos terceirizados do SAC em Vitória da Conquista e Salvador e a greve dos operários que trabalham na construção da Arena Fone Nova.
Para o deputado, esses são fatos que acabam se entrelaçando. "Ao que parece o governo Wagner passa por uma fadiga. O que é muito comum quando o governante passa muito tempo no poder e já que, por impedimento constitucional ele não pode concorrer a outra reeleição, então isso acaba gerando um cansaço, uma mesmice. E assim, os fatos vão se somando sem que o governo demonstre disposição, ou vontade, para resolvê-los", critica .
A greve dos professores da rede estadual segue desde o último dia 11, depois da rejeição da proposta do Governo de reajuste de 22% no piso salarial em parcelas até abril de 2013. Os professores, representados pela APLB Sindicato, pedem que pagamento do reajuste seja feito ainda em 2012.
Uma liminar pleiteada pelo Governo do Estado da Bahia, através da Procuradoria Geral do Estado, determinou que a greve dos professores é ilegal. Porém os profissionais anunciaram que irão recorrer ao Tribunal de Justiça da Bahia para derrubar a liminar.
"Os professores estão lutando por um direito que deve ser cumprido já. Pela proposta do governo, a categoria deve esperar um ano para que o reajuste de 22% seja concluído. Isso não tem cabimento!", afirmou Geilson. ( A TARDE E BJÁ)