Economia

PRODUTORES DO OESTE PROPÕEM PARCERIA PARA RECUPERAR ESTRADAS

| 25/01/2012 às 23:47
O Oeste da Bahia deve colher sete milhões de toneladas de grãos na safra 2011/12, segundo estimativa do Conselho Técnico da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), tendo como principais culturas a soja, o milho e o algodão. A precariedade da estrutura logística regional, porém, prejudica o escoamento da produção, aumenta os custos e tira a competitividade do produtor.

O transporte rodoviário, praticamente o único modal de escoamento dos grãos, é comprometido pelas péssimas condições das rodovias estaduais. Não bastasse a falta de manutenção da grande malha viária vicinal, as chuvas sazonais danificaram ainda mais o pouco asfalto remanescente, e tornaram intrafegáveis muitos trechos.

Os agricultores, representados pela Aiba, estão propondo a instituição de uma Parceria Público Privada (PPP) para a recuperação e manutenção das estradas. A entidade formalizou o pleito no início do ano, em audiência com o secretário de Infraestrutura do Estado da Bahia, Otto Alencar, e ao Departamento de Infraestrutura e Transportes da Bahia (Derba).

De acordo com o vice-presidente da Aiba, Sérgio Pitt, a proposta é uma ação emergencial para minimizar os problemas no escoamento da safra atual. Pelo projeto o Derba participaria com máquinas e equipamentos e os produtores entrariam com o transporte do cascalho e assistência nas frentes de trabalho.

“Trata-se de uma solução paliativa para não inviabilizar esta safra. Em médio prazo, esperamos a pavimentação de alguns trechos estratégicos para o que contratamos projetos executivos no âmbito do Programa de Rodovias Estaduais do Oeste Baiano, para uma parceria entre Aiba, Governo da Bahia e Banco do Nordeste”, diz Pitt.

“Há estradas intransitáveis. Várias delas são BAs sem pavimentação, de chão batido, acabadas com as chuvas. Isso é inconcebível em uma região pujante como o cerrado da Bahia”, afirma. Segundo ele a manutenção de boa parte da BA-458, ligando a BA-459 (Anel da Soja) à região da Garganta, até o Km 135 (Panambi), está sendo executada com máquinas fornecidas por Tocantins, abrindo corredores estratégicos para o escoamento da produção daquele estado.

Trechos intransitáveis

De acordo com o diretor da Aiba, a situação é crítica, principalmente nos seguintes trechos:
- BA-458 – liga BA-459 (Anel da Soja) à região da Garganta, até o Km 135 (Panambi);
- BA-461 – escoa produção da região de Bela Vista, fazendo interligação entre BA-460 e BR-242, trecho de 56 km sem pavimentação;
- BA-462 – escoa produção de Novo Paraná e Alto Horizonte, fazendo a interligação entre BR-020 e BR-242 – com 58 km sem pavimentação;
- BR-242 – via fundamental para escoar produção agrícola de Luis Eduardo Magalhães, entre interseção com BA-460, até divisa com Tocantins, equivalente a 49 km sem pavimentação;
- Estrada Timbaúba - braço da BR-020 no sentido da Serra, em 45 km;
- Estrada da Soja - braço da BR-020, sentido da Serra, em 33 km.
- Anel da Soja (BAs 458, 459 e 460), vias pavimentadas, com extensão de 200 km, em péssimo estado de conservação.
- Trecho da BR-135 (Barreiras-São Desidério) e BA-463 (São Desidério-Roda Velha, entroncamento com BR-020).

Rodoagro

Em médio prazo, a entidade espera incrementar a logística regional através de uma PPP entre governo estadual, produtores, prefeituras locais e Banco do Nordeste, para a construção e pavimentação de uma rodovia estratégica, batizada de Rodoagro. A via terá aproximadamente 222 quilômetros e interligará Luís Eduardo Magalhães e Formosa do Rio Preto, ligando a BA-459 (Anel da Soja) à BA-225 (Coaceral), passando por Barreiras e Riachão das Neves.

O trecho foi dividido em três lotes pela empresa ATP Engenharia Ltda., contratada pela AIBA para elaborar o projeto, cuja conclusão está prevista para fevereiro. A estrada beneficiará uma região com cerca de 600 mil hectares de lavoura já explorados e proporcionará a incorporação de mais 400 mil, perfazendo uma área de 1.000.000 hc, fomentando um impacto econômico superior a R$ 2 bilhões, gerando empregos, renda e impostos.

“A Rodoagro tem um traçado estratégico, e irá proporcionar o escoamento da produção agrícola pela Bahia. Hoje, parte desta produção sai pelo estado do Tocantins. Com a rodovia o Estado irá recuperar uma grande parcela de impostos perdidos”, argumenta Sergio Pitt. Também estão na fase conclusiva, os projetos executivos para pavimentação das Estradas da Soja (33 km) e Timbaúba (45 km), a serem executados em parceria do Governo com os produtores.