Economia

PROTESTO DE COOPERATIVAS DE TRANSPORTE PELO TRABALHO LEGALIZADO

VIDE
| 06/09/2011 às 14:49

Um protesto por motoristas que fazem transporte alternativo de passageiros no extremo sul da Bahia fechou a BR-101 na manhã desta terça-feira, 6, no trecho urbano de Eunápolis, a 643 km de Salvador. Cerca de 20 pessoas com faixas e cartazes estavam presentes no protesto, que durou cerca de uma hora e meia e teve como alvo a fiscalização intensa da Agência de Regulação de Serviços Públicos de Energia Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba) sobre o trabalho dos motoristas. Ontem houve protesto em Salvador.

Devido a manifestação, houve congestionamento e pelos menos 3 km nos dois sentidos da rodovia, com grande número de carretas. "É chato, atrasa nossa viagem, mas a gente respeita. Pelas estradas do País temos visto ocorrer vários protestos", disse o motorista Alcides Lima de Souza, 41, que transportava morango de Florianópolis (SC) para Recife (PE). Os manifestantes colocaram pneus nos acessos da rodovia, o que fez com que todos motoristas que trafegam por ali tivessem que parar. Durante a manifestação, a Polícia Rodoviária Federal esteve presente e não houve conflito.

O 1º secretário da Associação de Transporte Alternativo de Extremo Sul da Bahia, Gutemberg Stolze, reclamava que as abordagens feitas pelos agentes a Agerba em motoristas que fazem o transporte alternativo são "desrespeitosas". "Eles chegam e mandam todo mundo que está no carro descer e levam o veículo embora. Pode ser quem for - mulher, idoso, criança -, um desrespeito total", declarou. Segundo ele, as multas têm sido aplicadas em valores que passam de R$ 1 mil. Os motoristas que fazem o transporte alternativo na região querem que o Estado abra licitação para o setor, conforme a lei 11.378/09, que regulariza esse tipo de transporte na Bahia.

"Dos mais de oito mil veículos que fazem esse transporte no Estado, pelo menos 40% deles já estão regularizados. Para isso ocorrer, é preciso que a Agerba abra a licitação e aí regulariza a nossa situação. Queremos que ela nos atenda e possa nos dar uma resposta sobre este assunto", falou Gutemberg Stolze, que critica também a Agerba por não fiscalizar os ônibus de transporte intermunicipal.  "Eles vivem lotados de passageiros e ninguém faz nada", afirma.

O fiscal da Agerba em Eunápolis, Antônio Alves dos Santos Júnior, disse que por mês estão sendo aplicadas cerca de 50 multas a motoristas que fazem o transporte de forma alternativa e que ainda estão na ilegalidade. O funcionário afirmou que tem aplicado por mês entre 20 e 30 multas a ônibus, por diversas irregularidades. Os valores variam de R$ 800 a R$ 2.558,80. "Estamos fiscalizando tudo", afirmou.(A Tarde)