Economia

ECONOMIA BAIANA TEM EXPANSÃO DE 2.9% NO SEGUNDO TRIMESTRE DE 2011

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| 01/09/2011 às 19:08
Diretor da SEI, Gustavo Pessoti, analisa números da economia baiana 2011
Foto: Rafael Martins

No segundo trimestre de 2011, a economia baiana registrou expansão de 2,9% na comparação com o mesmo período de 2010, segundo informações divulgadas hoje (01/09) pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia da Secretaria do Planejamento. Na comparação com o primeiro trimestre de 2011, eliminando as influências sazonais, a atividade econômica da Bahia teve expansão de 2,4%. Com resultado, a Bahia acumula crescimento de 2,8% no semestre, em comparação com o primeiro semestre de 2010.


"Este resultado condiz com nossas expectativas de um certo arrefecimento das atividades econômicas em 2011, fruto de uma expansão muito elevada em 2010, bem como das medidas contracionistas do governo federal, visando conter a demanda, que apontava para algumas disfunções do quadro macroeconômico. Essa postura cautelosa foi também acompanhada pelo governador, adotando medidas de contenção de gastos", avalia o secretário do Planejamento, Zezéu Ribeiro.


Todos os setores contribuíram positivamente para o crescimento da atividade econômica no segundo trimestre, com destaque para a agropecuária, que apresentou expansão de 14,4%. Com o resultado, a agropecuária acumula expansão de 12,8% no 1º semestre, em relação ao primeiro semestre de 2010. No primeiro trimestre deste ano, a taxa de expansão do setor foi de 7,2%.


"A produção de grãos alavancou o resultado do setor, com uma expansão bastante significativa de 22,9%. A previsão para este ano é de um novo recorde da agricultura baiana, com 8 milhões de toneladas previstas para a safra de grãos", explica Gustavo Pessoti, diretor de Indicadores e Estatísticas da SEI. Segundo Pessoti, "o aumento da demanda internacional, com destaque para a China, que é atualmente um dos nossos grandes parceiros, ao lado dos Estados Unidos, vem sendo um diferencial, estimulando o aumento da produção do setor".


Dentre os principais grãos cultivados na Bahia, destaca-se a expansão de 53,5% na produção de algodão, 40,6% na produção de feijão, 17,1% para milho e soja 12,9%. O café foi a única cultura que registrou queda no período (-18,7%). Outros importantes produtos da agricultura baiana registraram expansão, a exemplo da cana-de-açúcar (7,2%), mandioca (12,1%) e cacau (1,8%).


O setor da indústria, após cair 0,5% no primeiro trimestre de 2011, cresceu 1% no segundo trimestre de 2011, acumulando no primeiro semestre expansão de 0,3% na comparação com o primeiro semestre de 2010. Dentre os quatro segmentos que compõem o setor industrial apenas os Serviços Industriais de Utilidade Pública (SIUP) registraram retração no trimestre (-5,2%). Já a indústria de transformação, principal segmento do setor, apresentou ligeira expansão de 0,1%, enquanto a construção civil cresceu 4,8% e a indústria extrativa mineral, 1,7%.


O crescimento da indústria extrativa mineral é reflexo da expansão no aumento da extração de petróleo (6,4%) e gás natural (10,9%). Já a indústria da construção civil, mesmo não mantendo o nível de expansão observado em trimestres anteriores, se expandiu a uma taxa superior ao primeiro trimestre de 2011 (4,8% ante 4,2%). Além disso, a base de comparação extremamente elevada consistiu num fator inibidor de maior expansão.


Analisando-se os dados da Produção Física Industrial (PIM) relativos à indústria de transformação, observa-se que, no segundo trimestre, quatro segmentos registraram expansão: alimentos e bebidas (13,1%), veículos automotores (3,6%), minerais não-metálicos (11,2%) e refino de petróleo e álcool (0,3%). Por outro lado, os segmentos de produtos químicos, metalurgia básica, celulose papel e produtos de papel e borracha e plástico tiveram quedas de 2,9%, 4,6%, 11,5% e 0,1%, respectivamente.


No segundo trimestre de 2011, o setor de serviços registrou expansão de 1,6%, acumulando, no primeiro semestre, crescimento de 2,6%. A contribuição positiva veio mais uma vez do crescimento das vendas no segmento de comércio varejista, o qual registrou variação de 7,3%. Dentre os segmentos do comércio varejista, apenas equipamentos e materiais para escritório e informática (-39,5%) e materiais de construção (-2,5%) tiveram retração no trimestre em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. Além do comércio varejista, também registraram expansão os setores de transporte (5,6%) e alojamento e alimentação (8,1%). Já o setor da administração pública contribuiu negativamente para a determinação da expansão dos serviços ao registrar retração de 4,2%. Essa queda da administração pública reflete medidas adotadas no âmbito governamental com vistas a conter a expansão da inflação


"Diante desse quadro, a SEI sinaliza para uma leve queda da projeção de crescimento anual de 4,0% para 3,8%", informou, durante a coletiva de imprensa, Geraldo Reis, diretor-geral da SEI. Sobre as perspectivas para o ano, o diretor ressaltou que "estamos no contexto da 2ª onda da crise internacional, que aponta para um prolongamento da estagnação ou baixo crescimento nos Estados Unidos e Europa. Isso induz a uma nova inflexão da política econômica do governo federal de maior rigor na política fiscal e contenção de gastos, objetivando criar espaço para iniciar um novo período de baixa dos juros. É com esse olhar que avaliamos o crescimento da Bahia, que continua mantendo um bom desempenho na geração de empregos, com boas perspectivas de investimentos públicos e privados em projetos estruturantes, e atraindo novos investimentos industriais. Esse cenário de crescimento mais modesto em 2011 poderá criar condições para um crescimento mais robusto e equilibrado nos próximos anos, a despeito da continuidade da crise internacional", disse Geraldo reis.