"Ouvindo os depoimentos dos jovens e agricultores, percebemos que o investimento feito mudou, de forma significativa, a vida destas pessoas. Foi o mais marcante". Essas foram as palavras de Elvio Gaspar, Diretor da Área de Crédito e Inclusão Social do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), durante visita ao Baixo Sul da Bahia realizada em agosto.
Gaspar foi acompanhado por uma comitiva do BNDES, composta pela assessora da Área de Crédito e Inclusão Social, Cibele Correa, pelo Superintendente da Área de Inclusão Social, Ricardo Ramos, e pelo Chefe de Departamento de Economia Solidária, Angelo Fuchs. A agenda contemplou ações fomentadas pelo Programa de Desenvolvimento Integrado e Sustentável do Mosaico de Áreas de Proteção Ambiental do Baixo Sul da Bahia (PDIS), que contam com o apoio do Banco. O intercâmbio de experiências sobre o desafio da sustentabilidade foi o foco.
Entre as instituições visitadas, destaca-se a sede do Construir Melhor implantada em Valença (BA) com recursos do BNDES. O projeto oferece o ensino profissionalizante da Construção Civil para jovens da região e já beneficiou 37 pessoas. Durante a passagem, conheceram as instalações e foram convidados por Pedrina do Rosário a apreciar a exposição Etnolhar - Um Belo Panorama do Baixo Sul da Bahia. "Estamos buscando a sustentabilidade", destacou a jovem, que estudou na Casa Familiar Agroflorestal e atualmente é responsável pela Área de Comunicação do Instituto de Desenvolvimento Sustentável do Baixo Sul da Bahia (ambas as instituições são ligadas ao PDIS).
No assentamento Mata do Sossego, Igrapiúna (BA), a comitiva interagiu com associados da Cooperativa dos Produtores de Palmito do Baixo Sul da Bahia (Coopalm). Em junho deste ano, a Coopalm conseguiu a liberação de recursos do BNDES para a aquisição de máquinas e equipamentos agrícolas, caminhões, carros e motos. O aporte beneficiará mais de 500 famílias. "Acreditamos no projeto. Nossa lógica é colaborar com iniciativas que gerem trabalho e renda", disse Ricardo Ramos.
A passagem pela Aliança Cooperativa da Mandioca foi marcada pelo lançamento da pedra fundamental da unidade de pré-processamento de frutas, que também será construída com recursos do BNDES. A fábrica atenderá os 191 associados da Cooperativa dos Produtores Rurais de Presidente Tancredo Neves (Coopatan). "Vai significar mais renda para o cooperado e possibilitará uma produção com mais qualidade", assegurou Juscelino Macedo, Líder da Aliança.
Para Angelo Fuchs, o desafio é garantir mais crédito para as cooperativas. "Com esse trabalho, alcançaremos efetivamente a sustentabilidade, possibilitando um novo patamar para os cooperados. A agroindústria está funcionando e eles estão mudando suas vidas, sendo incluídos na sociedade".
Um bate-papo com os educandos da Casa Familiar Rural de Presidente Tancredo Neves encerrou a visita. Islândia dos Santos, 16 anos, aluna da CFR-PTN, destacou a importância do trabalho em conjunto entre a Casa e a Coopatan. "Meu pai se associou porque percebeu as vantagens do modelo cooperativista. Contamos com assistência técnica para melhorar a qualidade dos produtos e com a garantia de um preço justo".
"O que buscamos construir no Banco são alternativas de inclusão social, por meio da geração de trabalho e renda. Temos buscado esses tipos de modelo e é impressionante o efeito dessa alternativa que está sendo implantada no Baixo Sul. Precisamos documentar esse trabalho como forma de oferecê-lo para o País", conclui Elvio Gaspar.