VEJA
Sintepav vai às ruas contra embargo da obra da Fiol pelo IBAMA
Foto: AGECOM
A decisão do IBAMA - Instituto do Meio Ambiente de propor a suspensão da
Construção dos lotes de 1 a 4 das obras da FIOL - Ferrovia de Integração
Oeste-Leste, visando o atendimento das condicionantes ambientais por
parte da VALEC, causa insegurança à Bahia, sobretudo as cidades do
interior e aos trabalhadores (as) da construção pesada. Tanto pela
suspensão, quanto por não ter concedido a LP - Licença Prévia para os
lotes de 5 a 8, obstaculizando o início das atividades.
No momento em que o setor da construção é reconhecido, em estudo do IBGE e
DIEESE, como uma das principais fontes geradoras de emprego no país,
desempenhando papel importante na renda das famílias e produzindo a
inclusão pelo trabalho, os trabalhadores (as) da construção consideram
que, se paralisadas as atividades, cuja suspensão já dura 15 dias, a
categoria será atingida com o desemprego imediato de cinco mil
trabalhadores diretos e a interrupção do ciclo de contratação que
aumentaria o estoque de empregos em mais 10 mil, o que produziria impactos
positivos nas economias de mais de 30 cidades do interior baiano.
Somos defensores do desenvolvimento sustentável e queremos aliar a
preservação do meio ambiente com a proteção e garantia do emprego como
fonte de sustento de milhares de famílias que vivem do trabalho na
construção.
Se efetivada, a suspensão da obra aumentará o desemprego no interior do
Estado, cujas economias regionais encontram-se em crise, a exemplo do
cacau, com aumento do desemprego da população economicamente ativa e, o
impacto econômico às cidades, pois deixará de circular na economia,
mensalmente, com a obra em seu quadro dimensionado, cerca de R$ 80 milhões
em salários. Essa será uma crise que, além da cadeia da construção, se
desdobrará para o comércio e outros setores.
No momento em que o Brasil e a Bahia vivem fases de crescimento, e o
emprego é fonte de valorização da vida, proteção à família, seguridade
social e combate à violência ter milhares de desempregados é violar os
direitos humanos a uma vida digna.
Os trabalhadores (as) da construção sabem e sentem o peso do desemprego e
vem a público, através de sua representação, o Sindicato dos Trabalhadores
da Construção Pesada e Montagem Industrial do Estado da Bahia (SINTEPAV),
reafirmar o papel do IBAMA como conquista democrática e as licenças como
concessão da sociedade, mas apelam ao bom senso, para o estabelecimento do
diálogo como solução de evitar as catástrofes sociais e os conflitos,
chegando a uma solução satisfatória para a questão. Não devemos nunca
esquecer: Não existe meio ambiente preservado à custa da miséria social.
Os trabalhadores da construção buscarão o diálogo para manutenção dos seus
empregos, utilizando-se dos fundamentos democráticos com passeatas,
paralisações de rodovias e das cidades, ao tempo que apelam para rápida
solução, esperando do Governo do Estado e Federal, medidas que lhes
garantam sua única fonte de sobrevivência: o Emprego.