O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, voltou a afirmar nesta quarta-feira (27) que a empresa vai manter a política de acompanhamento dos preços dos derivados de petróleo no mercado internacional no longo prazo. Segundo ele, ainda não é possível dizer se o preço da gasolina vai ou não subir, apesar da elevação de preços já estar acontecendo no mercado internacional.
"Não podemos antecipar se haverá alta ou não", afirmou Gabrielli, em São Paulo.
"O preço da gasolina na refinaria da Petrobras é R$ 1,05 desde maio de 2009, mas no posto inclui valores de impostos e a margem das distribuidoras. A Petrobras é responsável por um terço do preço da gasolina. Se nós aumentarmos este valor, não vai ser o aumento total", explicou.
saiba maisGabrielli disse ainda que, caso o governo venha a reduzir a porcentagem de álcool usada na mistura com a gasolina, a Petrobras não vai ter como aumentar a produção do combustível. De acordo com ele, a produção atual já está no limite. O que significa que terá aumento de importação.
"Se aumentar a demanda, de qualquer forma que for, vamos ter que aumentar a importação", afirmou. Ele destacou, contudo, que 95% da oferta de derivados de petróleo atulmente no país é brasileira e somente 5% é de importação.
Neste ano, segundo Gabrielli, a Petrobras importou equivalente a apenas três ou quatro dias de consumo de gasolina.
Na terça-feira, Gabrielli declarou que a estatal não pensa em aumentar os preços da gasolina no curto prazo. O reajuste aconteceria apenas se o patamar de preços internacionais atual se mantiver estável. Mas ele não especificou por quanto tempo os preços precisariam manter-se elevados para que a estatal realizasse o reajuste de preços da gasolina.
Na noite de segunda-feira, Gabrielli havia dito ao Jornal da Globo que, dependendo da variação de preços internacionais, será preciso elevar o preços. "Provavelmente vamos precisar ajustar o preço doméstico", disse.
Ele explicou que o país passa por um estrangulamento físico na capacidade de aumentar a produção de gasolina no Brasil, porque as refinarias já estão no limite. "A não ser que entrem novas unidades, não é possível produzir mais gasolina. Então, se houver um aumento de demanda, como não vai faltar gasolina no Brasil, vai haver importação", disse.