Economia

AZALÉIA MANTÉM FÁBRICA EM ITAPETINGA E RESPIRA COM EMPRÉSTIMO DO BNB

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| 18/07/2011 às 20:00
Baixa do dólar e alta carga tributária ameaçam fechar Azaléia Nordeste
Foto: DIV

Centenas de pessoas estiveram na tarde de hoje (18.07), na audiência pública realizada na Câmara Municipal de Itapetinga, para discutir a situação do setor calçadista na região. De acordo com o diretor da Azaléia em Itapetinga, Adair Nobre, o aporte do Banco do Nordeste de R$ 64 milhões, obtidos com o apoio do Governo da Bahia, vai ajudar a empresa a aumentar a sua produção, além de manter e aumentar os empregos nos vários municípios do Sudoeste baiano onde a empresa possui 19 fábricas.


"Hoje, temos 17,1 mil funcionários, uma folha mensal de R$ 19 milhões e mais de R$ 80 milhões em matérias-primas. Não estamos parados, mas precisamos realmente combater a concorrência desleal do calçado chinês. O que está em jogo não é só a nossa indústria, mas a garantia de que a indústria brasileira possa ser competitiva em um mercado com regras claras. Estamos em um regime de dura economia, cortando gastos, mas preservando a produção e garantindo mais de 17 mil empregos diretos", disse Nobre.


A audiência pública foi presidida pelo prefeito de Itapetinga, José Carlos Moura, e contou com as presenças do secretário da Indústria, Comércio e Mineração, James Correia, dos deputados federais Geraldo Simões e Daniel Almeida, do deputado estadual Rosemberg Pinto, dos prefeitos de Itapetinga, de Firmino Alves, Padre José Aguinaldo dos Santos, de Ibicaraí, Claúdio Kalil, de Iguaí, Ronaldo Moitinho, de Itarantim, Gideão Mattos, e de Itororó, José Adroaldo, além de vereadores e trabalhadores da Vulcabras/Azaléia, entre eles o diretor do Sindicato, James Alves.


BARRAR OS CHINESES


“Vamos continuar cobrando do Governo Federal uma posição cada vez mais enérgica de combate ao dumping. Entram 38 milhões de pares de calçados chineses, mas eles só contabilizam 9 milhões de pares. A Presidente Dilma tem que fazer o mesmo que fez com os automóveis chineses: barrar a entrada de calçados até que se defina a situação. Trouxemos uma notícia tranqüilizadora para os 17,1 mil operários da Vulcabras/Azaléia e para a população de Itapetinga e do Sudoeste Baiano, mas a guerra ainda não terminou. O empréstimo do Banco do Nordeste vai ser para ampliar a produção e compensar as perdas, mas não resolve o problema, que é de natureza mais ampla e afeta outros produtos, como pneus, pisos cerâmicos, brinquedos, têxteis e, agora, automóveis”, disse Correia.


Os deputados federais Daniel Almeida e Geraldo Simões prometeram articular uma audiência com os ministros da Fazenda e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio para tratar da questão. “O Governo Federal não pode ser complacente com o dumping praticado pelos chineses. Os chineses estão certos em praticar a política agressiva deles de comércio, mas temos mais que o direito, a obrigação, de proteger a nossa indústria e o emprego de milhares de trabalhadores brasileiros”, defendeu Simões.