Economia

INCRA TEME EXTINÇÃO DA MANGABEIRA COM DESMATAMENTO NA BAHIA

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| 11/05/2011 às 17:28

A mangabeira está ameaçada em seu habitat natural devido ao desmatamento por interesse imobiliário ou para o plantio de outras culturas. Além disso, o seu fruto, a mangaba, é valorizado, pois há um mercado maior do que a oferta. 

Essas observações são do Pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da unidade Tabuleiros Costeiros, Josué Francisco Silva Júnior, que ministra treinamento sobre a mangaba para profissionais da Assessoria Técnica, Social e Ambiental do Incra, na Bahia, e da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA).

 A capacitação ocorre na quarta e quinta-feira, dias 11 e 12, no Centro de Treinamento da EBDA, em Itapuã, e visa preparar os técnicos sobre as formas de conservação da planta, manejo, cadeia produtiva da mangaba, beneficiamento, adubação e controle de doenças e pragas. A intenção é de que os técnicos repliquem os conhecimentos e as novas técnicas para assentados e agricultores familiares que colhem ou catam a mangabas que, para Silva, são aliados na conservação das mangabeiras.


 O pesquisador ressalta que a mangabeira é nativa em áreas de muito valor imobiliário. "São áreas de restingas, tabuleiros e cerrados". No caso da Bahia, destaca-se o Litoral Norte e pontos do Extremo Sul que, respectivamente, são explorados por loteamentos imobiliários e pela monocultura do eucalipto. "Para se implantar um loteamento imobiliário ou plantações de cana-de-açúcar e eucalipto é necessário eliminar a mangabeira".


 Silva frisa que é muito importante que os assentados e agricultores familiares sejam aliados da causa pela conservação da mangabeira. "Eles conservam as áreas nativas, pois é sua fonte de renda". Segundo o pesquisador, há riscos do desaparecimento da mangabeira. Por isso, ele faz questão de ministrar treinamentos nas tecnologias disponíveis para a planta atualmente.


A mangaba produzida no país é 90% extrativista e, com o desmatamento, a demanda tem sido menor que a procura. "A mangaba tem o preço elevado no mercado, pois não é fácil de ser encontrada", disse o pesquisador da Embrapa aos palestrantes. Segundo ele, há poucas áreas de plantio. O modo extrativista é praticado, principalmente, nos estados da Bahia, Sergipe, Rio Grande do Norte e Paraíba.

O consumo in natura da mangaba é, principalmente, para o preparo de polpa para sucos e sorvetes. Para a medicina popular, a casca, o látex (leite do tronco), raiz e folhas são remédios que combatem a hipertensão, diabetes, o colesterol alto, úlceras e gastrite. A mangaba é uma fruta brasileira, rica em vitamina C e Ferro.