O aumento da gasolina é impulsionado por questões de mercado, com incremento da demanda dos consumidores. O combustível que sai das refinarias está com o mesmo preço desde 2009. Aliado à forte procura pela gasolina, pesa a escassez no mercado do álcool anidro - produto à base de cana-de-açúcar que compõe 25% da gasolina vendida no Brasil.
O procura pela gasolina - que já é o combustível preferido de cerca de 70% dos motoristas baianos - é resultado da forte alta no preço do etanol, que já vinha num patamar alto e foi reajustado em 8,4% na Bahia nas últimas quatro semanas. Uma tendência que deve se inverter a partir desta semana, quando a produção de etanol vai se intensificar nos principais estados produtores.
De acordo com Sérgio Prado, dirigente da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), 90 das cerca de 300 usinas filiadas à entidade já retomaram a produção depois da entressafra.
A redução do preço do etanol, que já começa a ser sentida nos estados do Sudeste do País, deverá chegar à Bahia em breve. "O início da moagem da safra de cana-de-açúcar deverá ter um impacto positivo para que o preço volte para um patamar razoável. Só não podemos precisar quando as boas notícias deverão chegar na Bahia", pontua José Augusto Costa, do Sindicombustíveis.
De acordo com Luiz Pontes, professor do mestrado em energia da Unifacs, o reajuste não vem em bom momento, já que a tendência daqui para frente é que o preço do etanol nas bombas seja reduzido. "Este aumento na gasolina foi uma forçação de barra absurda. O mercado estava começando a se estabilizar ", avalia o professor.
A reportagem de A TARDE procurou o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom). Contudo, a assessoria de imprensa afirmou que o sindicato não iria se posicionar sobre o reajuste.