"Temos que trabalhar bem a gestão para que o artesão se aproprie do seu negócio. Só assim ele vai estar preparado para o mercado". A afirmação foi feita pela coordenadora Nacional da Carteira de Projeto de Artesanato do Sebrae Nacional, Durcelice Mascêne, em sua palestra no segundo dia do Encontro Nacional do Talentos do Brasil Moda - capacitação mercado, que começou nesta segunda-feira, 11, no Hotel Porto Belo, no bairro de Ondina, em Salvador e acontece até amanhã, 13, em Salvador e de 14 a 15 de abril, em João Pessoa (PB). O encontro é promovido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

Participam do Encontro artesãs ligadas a agricultura familiar de 12 estados, além de uma missão de artesãs de El Salvador, representando 10 organizações de artesanatos do país, ligadas ao Ministério da Agricultura e que começam a adotar a metodologia do Programa Talentos do Brasil.

Há 13 anos o Sebrae Nacional desenvolve o artesanato em várias partes do Brasil. De acordo com a coordenadora Dulcelice Mascêne, o setor é complexo e frágil, onde existe muita informalidade, por isso o Sebrae se preocupa em trabalhar a gestão, para que os artesãos estejam bem estruturados e em condições de enfrentar as adversidades.

O PA&I-Programa de Alavancagem e Inovação, uma adequação inédita, feita pelo Sebrae na Bahia, do Programa de Alavancagem Tecnológica (PAT), desenvolvido pelo Sebrae em São Paulo, foi muito bom porque adaptou a questão do artesanato com a industria", lembra Dulcelise.

Por meio do PA&I, são desenvolvidas técnicas de produção que trazem economia e ajudam a reduzir o tempo na confecção do artesanato. Com o Programa as artesãs de Maracangalha, na região metropolitana de Salvador, reduziram significativamente o tempo de confecção das peças. No caso de bolsas, por exemplo, uma artesã levava até uma semana para fazer uma bolsa mais trabalhada. Depois do Programa é possível fazer até seis bolsas num único dia. São três núcleos de produção e cinco células: cada uma faz uma parte da bolsa.

A metodologia do PA&I será apresentada no terceiro dia do Encontro Talentos do Brasil na manhã desta quarta-feira, 13, pela supervisora de Inovação e Tecnologia do Sebrae Bahia, Marcia Suêde. A apresentação será no Hotel Porto Belo, no bairro de Ondina, em Salvador. Também pela manhã as artesãs participam de palestras sobre Identidade Cultural, Comunicação Visual e Marcas.

A psicóloga Ana Del Carmem, consultora do Programa Talentos do Brasil foi uma das palestrantes do Encontro nesta terça-feira, 12. Ela falou sobre Relações Interpessoais. Ana explicou como um bom relacionamento entre as artesãs pode ajudar no desenvolvimento do trabalho.

Com o tema Relações Internacionais o consultor Fernando Áquila explicou como o artesanato do Programa Talentos do Brasil tem chegado na Europa, Estados Unidos e Japão. "O programa Talentos do Brasil começou sua trajetória internacional em feiras aqui mesmo no Brasil, como a Fahion Rio, que tinha compradores internacionais. Depois participamos da grande Feira Prêt a Port em Paris, em 2009 e 2010", conta Fernando, observando que o mercado internacional é muito exigente.  

"Hoje vendemos para vários países da Europa e Estados Unidos. Fizemos esta semana uma primeira exportação para Mônaco e enviamos amostras para o Japão", lembra o consultor Fernando Áquila, ressaltando que as negociações internacionais não podem trabalhar de forma separada da estratégia comercial de mercado interno, e que a Cooperúnica é um ponto de referência para os compradores internacional, porque cada cooperativa enviando separadamente não é de interesse para o comprador.