Economia

"BOLHA" SETOR IMOBILIÁRIO MANTÉM OBRAS PARADAS ATÉ DISSÍDIO COLETIVO

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| 16/03/2011 às 13:52
Salvador está com muitas obras e uma demanda sob avaliação das empresas
Foto: BJÁ

   Por que as construtoras não ficaram preocupadas em acabar a greve dos trabalhadores da construção civil na Bahia que durou 33 dias?

   É que quanto mais tempo demorasse melhor, já que a "bolha" do setor imobiliário está para estourar em virtude da falta de demanda para determinados empreendimentos, sendo providencial arranjar mais tempo para se efetuar a comercialização das unidades antes do prazo contratual de entrega e começo do pagamento do financiamento tomado pelos incorporadores para erguer o empreendimento.


  Por outro lado, na construção dos conjuntos do Programa Minha Casa, Minha Vida estão sendo praticados preços estabelecidos, pela Caixa Econômica, em fins de 2008 e os contratos de financiamento não tem folga para absorver o aumento do valor de mão-de-obra.


  Então, apesar do fim da greve dos funcionários da construção civil, o trabalho não foi retomado em todos canteiros de obra nesta quarta-feira, 16. De acordo com José Ribeiro, presidente do sindicato da categoria, "algumas empresas estão mandando o pessoal para casa, porque não aceitaram a proposta do Tribunal Regional do Trabalho (TRT)".

  Os trabalhadores aceitaram, após assembleia nesta terça-feira, 15, o reajuste de 10% em março e mais 1% para julho, mas, de acordo com nota divulgada nesta quarta, o Sindicato da Indústria da Construção (Sinduscon) recusou a proposta de conciliação do TRT e vai aguardar o julgamento do Dissídio Coletivo previsto para acontecer nesta quinta, 17, a partir de 15h.


  Enquanto isso, a orientação do sindicato dos trabalhadores é que "os operários voltem ao serviço". Ribeiro ainda não tem uma estimativa sobre quantos canteiros de obra continuam parados e a assessoria do Sinduscon disse que não tem informações sobre a decisão dos empresários de não aceitar o retorno dos funcionários ao trabalho.


  A categoria ficou em greve por 33 dias em todo o Estado. Alguns canteiros voltaram a operar a partir desta quarta-feira.