Duas boas notícias para o cooperativismo baiano neste final de ano.
A primeira delas diz respeito ao Prêmio Cooperativa do Ano 2010 na categoria "Gestão para Qualidade" conferido pela OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) à Cooperativa dos produtores de Palmito do Baixo Sul da Bahia (Coopalm).
E, a segunda, a apresentação de quatro peças teatrais neste final de outubro, em espaços do Pelourinho, produzidas e encenadas pela Cooperativa Baiana de Teatro.
Como a Bahia não tem tradição de cooperativismo e as ações nesse segmento no estado acontecem de forma muito lenta, o fato da Coopalm ser premiada pela OCB, que é a organização das cooperativas brasileiras e que anualmente julga projetos de todo o Brasil, com competidores fortes em Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, tem uma relevância extraordinária.
Criada em 2004, a Coopalm orienta técnicas e financiamentos aos agricultores que cultivam o palmito de pupunha e reúne 486 cooperados. Seu trunfo, seu grande diferencial é a marca Cultiverde, o palmito ecológico que vem sendo comercializado nas grandes redes de supermercados Pão de Açúcar, Extra, Walmart, G. Barbosa, Bompreço e outros e que lhe deu uma visibilidade nacional.
O mais importante dessa história de sucesso é qualidade do produto oferecido pela Coopalm, de excelência, e o modelo de gestão desta cooperativa com inclusão social e geração de trabalho e renda digna para agricultores familiares.
Méritos também para a Cooperativa Baiana de Teatro porque na área cultural, onde muito se fala de incentivos e democratização desse segmento e pouco acontece, a sobrevivência de uma cooperativa teatral produzindo e atuando com espetáculos infantis é promissor.
Veja que essa cooperativa está em cartaz com 4 montagens (Anacleto, o Porquinho Politicamente Correto; Cirandas e Rodas; Palharia, Palhaço, Palhaçaria; e Meu Quintal. É um esforço enorme desse grupo de artistas e produtores que se reúnem em torno do cooperativismo.
A Cooperativa Baiana de teatro existe dede 2004 e é um exemplo para aqueles que acreditam na arte como meio de inserção social e cultural haja vista que os grupos que integram esta cooperativa respondem por uma parcela significativa da produção teatral de Salvador e vêm atuando no mercado cultural não apenas da cidade, mas também do país, há bastante tempo. Muitos deles têm em seu repertório, espetáculos e artistas premiados, além de nomes reconhecidos pelo público e pela crítica.
As empresas privadas e principalmente os bancos aqui na Bahia deveriam seguir o exemplo do que ocorre no Sul do país onde existem diversas cooperativas desse ramo que recebem patrocínio de bancos e de grandes empresas.
Investir neste tipo de associativismo é investir na arte. É acreditar na transformação social que este tipo de atividade propicia e que acima de tudo insere o profissional no mercado de trabalho de maneira justa e socialmente responsável e não só investir em artistas e cantores famosos.