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O Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) acaba de divulgar as estatísticas sobre a produção de pescado nacional em 2009. Os dados mostram que a produção baiana cresceu 57% entre 2006 e o ano passado, atingindo a marca de 120 mil toneladas e devolvendo ao estado a colocação de 3º maior produtor de pescado do Brasil. "Entre os doze maiores produtores a Bahia teve o maior incremento, e nos tornamos auto-suficientes, equilibrando a oferta e a procura", comemora o presidente da Bahia Pesca (empresa vinculada à Secretaria de Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária - Seagri), Isaac Albagli. O crescimento baiano foi muito superior à média do País. A produção brasileira cresceu 18% no mesmo período e, em 2009, atingiu o volume de 1,2 milhão de toneladas. "Nossa meta agora é alcançar a segunda colocação no ranking, com a produção de 150 mil toneladas de pescado até 2014, e a liderança no ranking do valor de produção, já que nossos produtos possuem um melhor valor de mercado do que aqueles pescados no sul do País", afirma Albagli. O gestor é respaldado pelos números. O atual líder do ranking, Santa Catarina, teve um incremento de 26% na sua produção no período, menos da metade da Bahia. Já o vice-líder, o Pará, diminuiu sua produção em 11%.
Para alcançar esta meta, a Bahia Pesca está construindo o primeiro terminal pesqueiro do estado, em Ilhéus. Além dele, serão construídos outros dois terminais em Salvador (o contrato já foi assinado) e no extremo sul. "Ampliaremos também o Profrota, programa do Governo Federal que disponibiliza crédito para construção, aquisição e modernização de embarcações. Quatro barcos para pesca oceânica já foram contratados com recursos do Banco do Nordeste, o que permitirá aos nossos pescadores a exploração em regiões mais afastadas do litoral", diz Albagli.
A geração de emprego e renda virá também com a captação de investimentos externos. A espanhola Moviliza e a catarinense Leardini, que atuam com processamento de pescado, já demonstraram interesse em instalar unidades na Bahia. Uma das estratégias da Bahia Pesca para atrair novos investidores é a participação em eventos do setor, a exemplo da Aquapesca Brasil, feira internacional da pesca e aquicultura que acontecerá em novembro, em Santa Catarina. A empresa estará com estande no local, onde serão feitas reuniões, palestras e distribuição de material publicitário abordando as vantagens competitivas do estado.
Aquicultura continental triplica
A análise dos números divulgados pelo Ministério revelam ainda o crescimento de 150% na produção da aqüicultura continental, entre 2006 e 2009. Assim, a participação deste segmento saltou de 7,3% em 2006, para 12% no ano passado. "Os números atestam que a estratégia utilizada ao longo destes anos - e que envolveu a produção e distribuição de alevinos, povoamento de aguadas públicas, implantação de tanques-redes e capacitação de pequenos aquicultores familiares - foi bastante acertada", conta o presidente. A capacidade anual de produção da empresa saltou de 12 milhões para 50 milhões de alevinos.
De acordo com o gestor, o prognóstico da aquicultura para os próximos anos é bastante positivo, já que a Bahia tem clima ideal para a atividade e abundância de recursos hídricos.
Pesca extrativa marinha cresce 82%
Outra atividade responsável pelo aumento dos números foi a pesca extrativa marinha, que cresceu 82% em quatro anos. De acordo com Albagli, o salto de produção foi possível graças à maior organização social do setor (houve o cadastramento, em parceria com o MPA, de 105 mil pescadores), treinamentos dados aos profissionais da pesca, implantação do programa de subsídio de óleo diesel marítimo, distribuição de instrumentos de navegação e a incorporação de novas embarcações.