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Desenvolver a caprinovinocultura no Estado, promovendo a sustentabilidade do negócio, inserindo a defesa agropecuária, principalmente para o pequeno produtor. Esse é um dos objetivos do Projeto Piloto de Sanidade dos Caprinos e Ovinos cujas propostas serão debatidas em uma reunião técnica até o próximo dia 8, em Salvador, pela Secretaria da Agricultura, Agência de Defesa Agropecuária da Bahia, Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (Faeb) e Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).
A Bahia ocupa o primeiro lugar no ranking nacional na produção de caprinos com 2 milhões de cabeças e o segundo rebanho de ovinos com 2,6 milhões. Após a implantação da Câmara Setorial de Caprinos e Ovinos do Estado, a inserção do segmento da defesa agropecuária na cadeia produtiva da caprinovinocultura aponta a intenção do governo em estimular a exploração do setor não como atividade de subsistência, mas sim dentro de um aspecto econômico, gerando emprego e renda.
O secretário estadual da Agricultura, Eduardo Salles participou da abertura do encontro, na manhã desta terça-feira, (5), e ressaltou a importância da reunião, durante a qual serão definidas medidas e ações conjuntas de defesa capazes de promover o desenvolvimento do setor. "A agropecuária precisa de ações que sejam inclusivas e, por essa razão, desejamos oferecer assistência técnica e defesa agropecuária ao alcance de todos", afirmou.
Para o secretário, "o fundamental dessa reunião é a união de esforços por um objetivo comum, que é o desenvolvimento da caprinovinocultura". Ele lembrou que o encontro desta semana é fruto dos diálogos estabelecidos na base produtiva. "Pretendemos elevar a excelência genética do nosso plantel, ampliando mercados e dando condições ao desenvolvimento da caprinovinocultura", disse ele.
A integração entre os setores envolvidos na cadeia produtiva dos caprinos e ovinos também foi ressaltada durante a reunião. O diretor geral da Adab, Cássio Peixoto, destacou que o negócio pecuário precisa da sanidade como alicerce. "Com o embasamento técnico e decisão política as estratégias podem ser construídas de forma participativa. Tendo o apoio da comunidade científica e tecnológica quem ganha é o produtor que anseia por respostas que tragam novos rumos para sua atividade".
O presidente da Faeb, João Martins Júnior, considerou que a atividade "tem um viés muito mais social porque colabora com a sobrevivência do sertanejo". Para ele é possível desenvolvê-la com base empresarial, capaz de gerar emprego e renda para quem vive dela.
"A caprinovinocultura no Nordeste tem um forte viés social. Por isso as ações devem estar de acordo com a realidade da população para ajudar na melhoria de vida do sertanejo", frisou o presidente da Faeb, João Martins. "Inserindo a defesa agropecuária ao negócio pecuário dos caprinos e ovinos, conseguimos dar um caráter empresarial à atividade, profissionalizando o setor e estimulando o empreendedorismo", disse.
Na concepção do presidente da Câmara Setorial Nacional de Caprinos e Ovinos, Edilson Maia, não existe possibilidade de chegar a nenhum lugar "se não tivermos um rebanho com sanidade". Segundo o diretor geral da Adab não é viável falar de desenvolvimento sem o trabalho de sanidade. "Estamos buscando também o apoio tecnológico para oferecermos o trabalho de ponta ao produtor", disse.
Na programação do encontro estão previstas ainda visitas técnicas aos municípios de Valente, Juazeiro e Casa Nova, para avaliar, in loco, as reais demandas e desafios da região responsável
por 40% do rebanho estadual. Estudos realizados pelas entidades envolvidas no assunto avaliam propostas concretas de melhorias para a atividade e já podem contar com o Laboratório de Sanidade Animal e Vegetal da Adab/EBDA para a realização de exames contra enfermidades como Brucelose Ovina, parasitoses gastrointestinais e CAE entre outras.