Economia

COOPERFUL EXPANDE COLHEIRA DE MANGAS EM LIVRAMENTO DE N. SENHORA

VEJA
| 15/08/2010 às 14:10
  (Por Laiana Menezes)

 A cor acinzentada, típica da vegetação do semi-árido, esconde a beleza das plantações de manga da comunidade Rio Abaixo, do município de Livramento de Nossa Senhora, localizado no sudoeste da Bahia, a 720 km de Salvador. As condições propícias de solo e clima para o plantio dessa fruta, aliada à introdução de novas tecnologias e a organização das comunidades, contribuíram para que essa região se tornasse o segundo maior produtor de manga do Estado, perdendo apenas para Juazeiro.
 



Em 2009 a Cooperativa dos Pequenos Produtores de Livramento e Região (Copefrul) colheu 765 toneladas de manga, 98 de maracujá e 48 de melão. Seus principais clientes são de São Paulo, mas os cooperados, também já negociam com compradores do Rio de janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais. Segundo a analista do Sebrae em Brumado, Mônica Teixeira, a cooperativa conseguiu verba junto ao Sebrae Nacional no valor de R$ 200 mil para realizar um projeto voltado para o Comércio Justo (Fair Trade). São as Frutas Briozzo que serão lançadas no mercado ainda este ano.

Com a intenção de transformar o título de segundo maior produtor da Bahia em emprego e renda para a comunidade local, a Associação de Moradores da Comunidade de Rio Abaixo, com o apoio da prefeitura municipal de Livramento, através do Programa Desenvolvimento Regional Sustentável (DRS) do Banco do Brasil e da metodologia Gestão Orientada para Resultados (GEOR) do Sebrae, elaborou o Projeto Fruticultura de Livramento e Dom Basílio. O projeto foi contemplado pela Fundação Banco do Brasil que liberou aproximadamente R$610.000,00 para a construção de uma Packing House (casa de beneficiamento).

Como uma associação não pode ter fins lucrativos, para que os moradores pudessem administrar a Packing House e comercializar as frutas, foi criada a Copefrul, em julho de 2006. "A cooperativa gerou emprego e melhorou a renda da comunidade" conta o secretário e diretor de produção da Copefrul Joel Cordeiro.

Em seguida os cooperados contaram com todo o suporte técnico e de gestão comercial oferecido pelo Sebrae, assim como o apoio de outros parceiros como Associação do Distrito Irrigado do Brumado (Adib), Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), Empresa Baiana de Desenvolvimento Agropecuário (EBDA), dentre outros.

"Trabalhamos toda a base de gestão de cooperativa até a comercialização como: cooperativismo, cultura da cooperação, finanças e controle de finanças" revela a analista do Sebrae/Brumado Mônica Teixeira. Segundo Cordeiro, esses cursos auxiliaram tanto no controle financeiro como administrativo da Copefrul. Além da capacitação, o Sebrae também apoiou os cooperados em viagens de negócios e apresentou compradores.
Depois de auxiliar na organização da cooperativa o Sebrae passa para a segunda fase do trabalho. "Agora o objetivo é firmar a comercialização para que eles possam caminhar com suas próprias pernas" conta a analista do Sebrae/Brumado.

A cooperativa é formada por 50 produtores que possuem de dois a sete hectares de terra. Os cooperados utilizam a Packing House com câmara fria, túnel resfriado, equipe de colheita, embalagem, processamento, transporte e comercialização da produção. Depois do pagamento das despesas, o produtor contribui com uma taxa de administração no valor de 10% do seu lucro líquido para a manutenção da cooperativa. "Com o primeiro ano trabalhando com a porcentagem que os produtores deixam aqui, já foi possível ampliar a parte do escritório e comprar as caixas plásticas para trabalhar com a manga e o maracujá" revela secretário e diretor de produção.

O Comércio Justo e Solidário (CJS) é entendido como o fluxo comercial diferenciado, baseado no cumprimento de critérios de justiça, solidariedade e transparência, que resulta no fortalecimento dos empreendimentos econômicos solidários. Entre os princípios e características do CJS, destacam-se: a promoção de condições dignas de trabalho e remuneração às atividades de produção, agregação de valor e comercialização, incluindo a prática do preço justo para quem produz e consome os produtos e serviços do CJS e a sustentabilidade sócio-ambiental das redes de produção e comercialização; o respeito e a preservação do meio ambiente.

* Fonte Sebrae