Economia

ESTADO DESTINA R$ 22 MILHÕES PARA AGRICULTURA FAMILIAR

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| 24/07/2010 às 21:47
Um impulso superior a R$ 22 milhões na agricultura familiar. Este é o número que a Secretaria da Educação do Estado da Bahia vai destinar para a modalidade em respeito à lei federal nº 11.974/09. O diploma legal determina que pelo menos 30% da alimentação escolar fornecida para as escolas públicas estaduais sejam de alimentos provenientes do cultivo das famílias. Valença, Irecê e a região sisaleira são as áreas mais adiantadas no que diz respeito ao desenvolvimento e esclarecimento do projeto para alunos e agricultores de suas regiões.

A iniciativa está em fase de implantação e a previsão é que, até o final de 2010, as escolas da rede estadual estejam completamente inseridas no projeto. Para esclarecer dúvidas comuns às unidades, a secretaria realiza no dia 27 de julho a videoconferência Aquisição de gêneros alimentícios para a alimentação escolar por meio da agricultura familiar, com a participação do secretário da Educação da Bahia, Osvaldo Barreto, e dos diretores das unidades escolares, das Diretorias Regionais de Educação (Direc). A videoconferência vai acontecer das 14 às 18 horas no Instituto Anísio Teixeira (IAT).

De acordo com o presidente da Assessoria e Comercialização da Agricultura Familiar (AACAF), Manoel Sales, a determinação está contribuindo com um aumento de até 60% na renda do agricultor familiar. "Este aumento vai depender também da nutricionista, que é a peça-chave nesta questão. Ela pode recomendar os alimentos da alimentação escolar que sejam característicos e produzidos em cada região, incentivando, assim, nossa produção", sugere o agricultor.

Alimentos saudáveis - A nutricionista Ivana Ventura acredita que a mudança de cardápio será de fundamental importância para o aluno. "É uma garantia de que o cardápio estará nutricionalmente adequado, pois vai ofertar maiores fontes de sais minerais e vitaminas", afirma. Ela conclui dizendo que o novo cardápio fará cumprir a legislação, que determina a inclusão de pelo menos três vezes na semana de hortifruti na alimentação, e o respeito cultural da localidade.

O cardápio dos alunos terá alface, batata, beterraba, couve, farinha de milho, leite, mandioca, repolho e frutas, em substituição ao atual, que conta com 30% de alimentos derivado do leite e 70% de carnes, ovos, arroz e feijão. A agricultura familiar é constituída de pequenos e médios produtores rurais, comunidades tradicionais e assentamentos da reforma agrária. Entre os principais produtos estão milho, raiz de mandioca, pecuária leiteira e gado de corte.

Na rede estadual de ensino, cerca de um milhão e 200 mil estudantes consomem produtos mais saudáveis na merenda. "Além da escola que vai comprar os produtos da agricultura familiar, nós começamos uma horta na própria escola, através do incentivo dos professores. Vamos comer também uma alimentação mais saudável plantada por nós mesmos e pelos produtores da cidade", conta Evelly Santana, 14, estudante do 8º ano do Colégio Estadual Gentil Paraíso Martins, em Valença.