O governador Jaques Wagner foi o último a falar nos debates da manhã do primeiro dia do Fórum Empresarial de Comandatuba e jogou "pimenta no salão". Depois de ouvir
longas e repetidas falas sobre a ineficiência do serviço público diante de uma
platéia que responde por boa parte do PIB brasileiro, Wagner desconcertou os detratores do serviço público. "Essa dicotomia não é construtiva, porque é falso dizer que todos os santos moram do lado privado e todos os diabos moram do lado público", disse o governador. "Se o Brasil é como é, é assim pelas mãos de políticos e empresários", acrescentou.
 
Wagner foi direto ao ponto costumeiramente usado para desqualificar a política e os
políticos ao falar sobre o mensalão do DEM, em Brasília, lembrando que o
dinheiro saiu de empresas até chegar aos gestores do DF. Referindo-se a Vicente
Falconi, consultor festejado e um dos expositores convidados, disse que ele
também contribui com o governo baiano, que "já disponibiliza suas contas pela
internet e estará em breve disponibilizando os contratos do governo pela mesma
via".

Referindo-se às repetidas citações da competitividade chinesa, Wagner mexeu na ferida ao lembrar que o país asiático tornou-se uma potência econômica sem que o governo precise dialogar com instituições como o Ministério Público, órgão ambientais e
sociedade livremente organizada. "Não gosto de citar o exemplo da China porque
não quero o modelo chinês aqui", disse. E provocou: "querem trazer tudo, ou
somente o que acham bom? Graças a Deus vivemos neste país complexo chamado
Brasil", concluiu.