Economia

CAFEICULTURA BAIANA GANHA REFORÇO EM CONVÊNIO SEAGRI E ASSOCAFÉ

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| 08/03/2010 às 18:51
O governador Jaques Wagner durante solenidade do 11º Agrocafé
Foto: Manu Dias

Um convênio assinado entre o Governo do Estado e a Associação dos Produtores de Café da Bahia (Assocafé) vai permitir a elaboração de um planejamento estratégico para o desenvolvimento da cadeia produtiva do café. O acordo foi celebrado durante a abertura do 11º Agrocafé - Simpósio Nacional do Agronegócio Café, nesta segunda-feira (8), no Hotel Pestana, em Salvador.

A partir do convênio, espera-se um estudo da cafeicultura baiana que forneça um panorama detalhado do aspecto produtivo das lavouras e sua projeção nos próximos cinco anos. "O objetivo é traçar as nuances da produção baiana, sobretudo do interior, com vistas ao mercado externo", explicou o secretário estadual da Agricultura, Roberto Muniz.


Segundo o secretário, a cafeicultura tem crescido e ampliado a participação na produção agrícola do estado. Hoje, a Bahia é o quarto maior produtor de café do Brasil, concentrando 5% de toda a produção cafeeira e cerca de dez mil cafeicultores. O destaque fica por conta do café produzido no município de Piatã, eleito em 2009 como o melhor do país em qualidade.


"Diante disso, queremos qualificar mais a produção, agregando maior valor ao preço final do café. O desafio, portanto, é ampliar nossa capacidade de consumir", observou Muniz.


OUTROS CONVÊNIOS

Tendo em vista as necessidades apontadas pelo secretário - da qualificação da produção do café e da ampliação do mercado de consumo -, outros dois convênios foram firmados na ocasião. O primeiro deles foi a assinatura do termo de compromisso com 29 prefeituras para que as mesmas enviem às respectivas câmaras municipais o pedido de inclusão de café com leite na merenda escolar.


A iniciativa visa não somente aumentar o mercado consumidor do café no estado, como também ampliar a qualidade nutricional do cardápio escolar. Entre os municípios que aderiram à ação, estão Luís Eduardo Magalhães, Canavieiras, Iraquara, Correntina, Ituaçu, Lençóis, Nilo Peçanha e Seabra.


O outro acordo firmado foi entre a Empresa Baiana de Alimentos (Ebal) e a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic). Agora, os atuais e futuros fornecedores de café para a rede Cesta do Povo devem estar dentro das especificações técnicas estabelecidas pelo Programa de Qualidade do Café (PQC) e pelo Nível Mínimo de Qualidade (NMQ), ambos da Abic.


Com isso, a Ebal torna-se a primeira rede varejista do Brasil a exigir qualidade mínima recomendável do café torrado e moído que adquire para comercialização em suas 294 lojas. "Portanto, é uma contribuição e um compromisso da rede Cesta do Povo para a lavoura do café. Na medida em que seleciona um café de melhor qualidade, estimula os cafeicultores a produzirem melhor e isso traz uma consequência positiva", explicou o governador Jaques Wagner.


Câmara setorial


Durante a abertura do Agrocafé, que segue até quarta-feira (10), Wagner ressaltou a importância da organização do setor e do diálogo que mantém com o Governo do Estado para a superação das demandas na área. "Espero que este evento sirva para que os produtores cheguem a um denominador comum e busquem caminhos, com apoio do Estado", afirmou.


O secretário da Agricultura declarou que este ano a Câmara Setorial do Café será reativada. A ideia, observou, é propiciar um fórum permanente sobre o futuro do café na Bahia, com a participação dos principais atores da cafeicultura baiana: produtores, associações, cooperativas e entidades públicas.


"Pretendemos identificar as oportunidades de desenvolvimento da cadeia produtiva do café e definir as ações prioritárias de interesse para o agronegócio voltado ao café e seu relacionamento com os mercados interno e externo. Além disso, a câmara vai estabelecer um elo entre os produtores e o poder estadual, permitindo a participação efetiva da sociedade civil na formulação de políticas públicas", destacou Muniz.


"Estamos fortalecendo todos os espaços de diálogo com a sociedade - com os produtores, com os trabalhadores, com os segmentos sociais. Ao organizar a câmara, estamos privilegiando e auxiliando a relação entre o setor público e o setor privado nessa área de produção", disse o governador.